Fernando Medina apresenta-se para “servir Lisboa e os lisboetas”

Na apresentação da sua candidatura a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sessão que decorreu ontem ao fim da tarde no recentemente reinaugurado Palácio Galveias, no Campo Pequeno, Fernando Medina, depois de afirmar sentir um “enorme orgulho” em se “lançar nesta aventura”, evocou o legado deixado no município pelo anterior autarca e atual primeiro-ministro, António Costa, garantindo que a sua candidatura apenas tem um pressuposto: “servir Lisboa e os lisboetas”.

“Quero dedicar o melhor das minhas energias, do meu saber e do meu empenho a servir Lisboa e os lisboetas”, sustentou o candidato socialista ao município da capital, lembrando o papel excecional que António Costa desempenhou na autarquia nos primeiros dois anos e meio do seu mandato e o “legado extraordinário que a todos nos deixou”.

Numa candidatura denominada “Lisboa precisa de todos”, Fernando Medina conta com o apoio do partido Livre, liderado por Rui Tavares, e dos movimentos independentes “Cidadãos por Lisboa” e “Lisboa é Muita Gente”, liderados, respetivamente, por Helena Roseta e José Sá Fernandes.

Cumprir promessas

Para o candidato socialista, outras das razões apontadas que justificam e sustentam a sua candidatura, passam em grande medida, pelo facto de ter liderado uma equipa que soube “cumprir as promessas” que fez, designadamente, como recordou, quando “mantivemos os impostos em baixo, quando reduzimos a dívida da cidade ou quando pagamos a pronto aos fornecedores”.

Mas esta boa gestão, acrescentou ainda Fernando Medina, passa também pelo facto de “termos apostado na reabilitação urbana”, devolvendo às pessoas, como sublinhou, “as praças, as avenidas e outros locais emblemáticos”, como o Palácio Galveias, ou quando “abrimos mais de 200 hectares de novos espaços verdes”.

Outras das promessas cabalmente cumpridas, pela maioria socialista no executivo camarário, lembrou ainda Fernando Medina, foram a CML ter assumido a gestão da rodoviária Carris, ter avançado com as obras do Plano Geral de Drenagem, ter apoiado a “economia da cidade e investindo na cultura”, não deixando igualmente de “apostar nos direitos sociais”.

Perante este quadro, que o candidato socialista considera “muito positivo”, Lisboa está hoje “mais preparada para enfrentar e vencer os desafios do futuro”, admitindo, contudo, como salientou, que “há desafios antigos que ainda não foram resolvidos”, como a “qualidade dos serviços dos transportes ou da mudança da vivência dos bairros históricos”, mas também, como aludiu, em relação ao “alargamento do fosso entre os mais e os menos qualificados” ou ainda no que respeita à “desregulação do mercado de habitação”.

Para que os novos desafios possam ser enfrentados com êxito, sustentou o autarca do PS, é necessário, desde logo, “dar mais força à economia” de Lisboa, designadamente, como defendeu, aumentando, por um lado, “a oferta das áreas para escritórios”, e, por outro lado, “tudo fazer para assegurar que o turismo vai continuar a crescer de forma sustentável”.

Cenários que na perspetiva de Fernando Medina devem ser acompanhados pela melhoria dos índices de qualidade de vida de quem “aqui vive e trabalha”, promovendo, designadamente, a qualidade dos transportes públicos e reforçando os “direitos sociais” em particular no que respeita ao “acesso à habitação”.

Política de habitação que mereceu aliás da parte do candidato socialista uma particular atenção, ao ter anunciado, a este propósito, que irá propor ao Governo a criação da figura do “contrato de arrendamento de longa duração” ou de “duração indeterminada”, projeto que pretende estabelecer, como salientou, um “regime fiscal mais favorável” para os senhorios, ao mesmo tempo que permite restabelecer nos inquilinos um clima de maior estabilidade e previsibilidade.

Figuras públicas apoiam candidatura

Foram muitas as figuras púbicas que se quiseram associar à candidatura de Fernando Medina à Câmara Municipal de Lisboa, com destaque para os fadistas Carlos do Carmo, “nome maior da cultura portuguesa”, que aceitou ser o presidente da Comissão de Honra, e da também fadista Mariza, que será a mandatária desta candidatura.

Outras personalidades manifestaram igualmente o seu apoio a Fernando Medina, como é o caso do ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, dos ministros das Finanças, Mário Centeno, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do Mar, Ana Paula Vitorino e o ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, para além de outras personalidades ligadas ao PS, como os ex-ministros, António Correia de Campos, Jorge Coelho ou António Vitorino, ou ainda de Isabel Soares, filha do ex-Presidente da República e fundador do PS, Mário Soares.