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FERNANDO MEDINA

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Opinião de:

FERNANDO MEDINA

É costume dizer-se que não há vitórias antecipadas, mas a de Fernando Medina, em Lisboa, no dia 1 de outubro, concorrendo pelo PS, parece certa. Mais por mérito próprio, do que por demérito dos adversários, se bem que estes sejam de fraco gabarito político – Teresa Leal Coelho e Assunção Cristas não galvanizam nem arrebatam ninguém e à esquerda também não há nomes sonantes e carismáticos. Em contrapartida, Fernando Medina é um candidato forte, que pode almejar a maioria absoluta. A minha camarada São José Almeida dizia, domingo passado, no Público, que Medina é considerado o menino de ouro do PS, o golden-boy, como dizem os anglo-saxónicos, sério candidato à liderança do partido e a primeiro-ministro. Com 44 anos de idade, posiciona-se como o sucessor natural de Costa. Assim como sucedeu a este na Câmara de Lisboa, poderá acontecer o mesmo no partido e no Governo. Costa ficaria livre, daqui a uma década, para a Presidência da República – o corolário lógico da sua carreira política.

Dada a forte conexão entre os dois políticos, o primeiro-ministro fez questão de apadrinhar o lançamento da candidatura de Fernando Medina, que ocorreu, anteontem, no Palácio Galveias, em cerimónia muito concorrida. O mérito próprio do candidato do PS, que assinalei no início deste texto, é também, para além da sua capacidade natural como autarca, devido ao facto de não ter vivido da herança. Foi Costa que o disse, prestando justiça ao menino de ouro. O líder do PS, referindo-se ainda a Medina, salientou que é o único que é verdadeiramente candidato, porque há aqueles que concorrem para recuperar um mandato que, por sectarismo, perderam em 2007 e há outros que concorrem para procurar manter os mandatos que têm. Costa afirmou, por fim e em tom irónico, que há também quem concorra para saber quem é mais popular na direita aqui na cidade. O que lhes valerá pouco, acrescento eu, porque o PS tem forte tradição em Lisboa.

Fernando Medina, pelo seu lado, expondo as linhas programáticas da candidatura, revelou que vai pedir ao Governo a criação da figura do “contrato de arrendamento de longa duração” para travar as rendas altas e regrar o alojamento local. Uma preocupação social, inerente a um candidato socialista. Enquanto o PS procura dignificar e valorizar a política, apresentando candidaturas credíveis, com propostas sérias, o PSD, infelizmente, opta pela baixa politica, com a intriga, o boato e a maledicência. Passos Coelho, não satisfeito com o boato da vinda do diabo e outros que tem lançado, disse, nesta segunda-feira, que houve pessoas que se suicidaram por causa da tragédia de Pedrógão Grande, chamando-lhes vítimas indiretas! Com esta monstruosidade verbal, o maior suicídio, e este político, é o do próprio Passos. Foi dos piores líderes políticos do país. Pior ainda que Cavaco, o que é difícil…