Feitos do país são para congratular e não para ocultar
Este distrito “tem ainda problemas a mais, que complexificam e oneram a sua situação, e que importa conhecer, mas tem também progressos e sucessos que importam identificar na sua diversidade e intensidade”, daí a importância da deslocação dos deputados do PS ao interior do país, sublinhou Carlos César.
O presidente do PS lembrou que, durante o Governo PSD/CDS, “a população do distrito caiu 5,1%, uma queda quase três vezes superior à média nacional, já de si bastante preocupante”. Bragança “tem o maior índice de envelhecimento do país, sensivelmente o dobro da média nacional, tem a menor proporção de crianças, a menor proporção de população em idade ativa e, por conseguinte, a maior proporção de idosos”, afirmou.
“Acrescendo à diminuição da população ativa, entre 2011 e 2015, o desemprego aumentou no distrito de Bragança ainda mais acentuadamente que no país. Felizmente, essa tendência, em 2016, parece ter sido revertida, verificando-se mesmo uma quebra do desemprego no último ano de 19%, que corresponde a um sucesso e a um motivo de esperança”, congratulou-se Carlos César, garantindo que “os brigantinos sentem essa diferença para melhor, sentem uma nova confiança que resultam, nos mais variados setores, de alterações de políticas adotadas pelo atual Governo”.
O líder parlamentar socialista criticou o anterior Executivo por ter retirado serviços dos territórios do interior, dando o exemplo da justiça: “Não foi a encerrar cinco tribunais e a privar 30 mil habitantes de ter um tribunal com jurisdição efetiva que se convidou as populações a permanecerem nas suas localidades e se atraíram outros habitantes. Felizmente, já pudemos inverter essa situação”. Também o desinvestimento na educação levado a cabo pelo Governo de direita “trouxe resultados desastrosos ao distrito”, disse.
O progresso no interior
No entanto, existe um conjunto amplo de iniciativas na região “que permitem antecipar um futuro com sucessos para o empreendedorismo nas áreas económica, social e cultural, incluindo projetos com envolvimento municipal e intermunicipal, das escolas de ensino superior e dos parques de Ciência e Tecnologia”, apontou Carlos César.
O presidente do PS falou nas empresas da região, que apresentam sinais comparativos de sucessos: “Têm taxas de sobrevivência das mais elevadas do país, um número médio de empresas por cem habitantes acima da média nacional, uma balança comercial excedentária e elevada capacidade de exportação com crescimentos acima da média nacional”.
“O turismo pode e deve ser um fator de incremento geral, atentas as excecionais e diversificadas qualidades da oferta, mas o peso reduzido do turismo estrangeiro e a sazonalidade excessiva mostram bem como estamos aquém da divulgação externa que se exigia e que o atual Governo está empenhado em compensar”, garantiu.
Carlos César defendeu que “a aposta na segurança e no turismo de natureza são exemplos de investimentos que podem trazer muitas vantagens no universo da oferta global do turismo, tal como o investimento na produção agroalimentar de alta qualidade, com a valorização da produção com Indicação Geográfica Protegida”.
Governo tem acumulado sucessos
O líder parlamentar do PS também sublinhou os casos de sucesso que o atual Governo tem conseguido alcançar, sendo que “a saída do Processo de Défice Excessivo é o mais emblemático desses sucessos recentes e é especialmente relevante por constituir uma decisão que reconfirma um processo sustentável e duradouro, o qual, ainda que iniciado há mais tempo, foi alcançado, nestes últimos dois anos, com uma rotura das políticas que vinham a ser desenvolvidas pelo Governo do PSD/CDS e com a rija oposição desses partidos”.
“Temos resgatado a imagem do nosso país, não só junto dos parceiros europeus, como também junto dos mercados. Fazemo-lo com sucesso, não esmagando, mas, pelo contrário, beneficiando a vida dos portugueses”, afiançou, lembrando outros casos: “Foi a decisão da Comissão Europeia, em julho de 2016, de não aplicar qualquer sanção a Portugal pela violação das metas orçamentais entre 2013 e 2015; foi a decisão, em novembro de 2016, de não aplicar a suspensão de fundos estruturais a Portugal por causa do défice excessivo em 2015; foi o reconhecimento por parte da Comissão Europeia de que a estratégia económica do Governo é positiva, patente nas revisões em alta que tem sucessivamente elaborado para o crescimento económico do país”.
Também o “investimento estrangeiro subiu no primeiro trimestre do ano mais de cem milhões de euros face ao início de 2016 e mais 1.268 milhões de euros face ao trimestre anterior; pela primeira vez, os manuais escolares foram oferecidos a todos os alunos do 1º ano e 1º ciclo do ensino básico”; houve “redução do valor das taxas moderadoras, mais quatro mil profissionais a trabalhar, mais 160 mil consultas médicas efetuadas e mais perto de meio milhão de portugueses com médico de família atribuído”, enumerou.
Segundo Carlos César, o país tem “motivos para a congratulação e não para a ocultação”.
O presidente da bancada socialista criticou a direita por andar a dizer “que o crescimento da economia este ano é por causa do Governo anterior, mas já vai prevenindo que é só um trimestre e que se noutro assim não acontecer já é culpa do Governo atual”. “A direita tem imensa graça”, ironizou.
Não governamos por oposição à oposição
“É a mesma direita que vilipendiou o que apelidou de ‘governo das reversões’, que acusou o nosso Governo de fazer ‘tábua rasa do passado’, que vaticinou o caos, o descontrolo orçamental, os novos resgates, o desemprego, o crescimento negativo e a quebra do investimento, que anunciou a vinda do diabo – é essa mesma direita que agora reclama ser parte dos sucessos do rumo que esconjurou, das mudanças que combateu e das políticas que condenou”, reprovou.
“Não governamos por oposição à oposição, mas por aproximação aos interesses de Portugal e dos portugueses. Passos Coelho apostou e colocou todas as fichas no insucesso do Governo. Agora, dizem os seus conselheiros de imagem e analistas de feição, que vai tentar mudar de discurso. Mude ou não, chega tarde, porque Portugal já mudou e, já não restam dúvidas, mudou para melhor”, concluiu Carlos César.