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Fazer ainda mais e melhor pelo interior do país

Fazer ainda mais e melhor pelo interior do país

Para que Portugal possa continuar a crescer de forma sustentada é preciso que nos próximos quatro anos se faça “o que ainda não foi feito”, afirmou o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro na cidade da Vila Real, defendendo um exponencial aproveitamento da “enorme reserva de recursos” que existem nos territórios de baixa densidade.

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Fazer ainda mais e melhor pelo interior do país

Intervindo no primeiro grande comício de pré-campanha do PS às legislativas, em Trás-os-Montes, na cidade de Vila Real, o líder socialista voltou a defender que o país não pode malbaratar o “enorme potencial” que existe nas regiões do interior, designadas por territórios de baixa densidade, sustentando que, se Portugal pretende continuar, como sucedeu nesta legislatura, a aproximar-se dos melhores países da União Europeia, tem de fazer nos próximos quatro anos “o que ainda não foi feito”.

E o que ainda falta fazer, segundo o Secretário-geral do PS, é olhar com atenção redobrada para as “enormes reservas” de recursos existentes nos territórios do interior e aproveitar as oportunidades que aí existem para o conjunto do desenvolvimento do país, garantindo António Costa que com o périplo que efetuou recentemente percorrendo o país de norte a sul pela Estrada Nacional 2, entre Faro e Chaves, pode certificar uma vez mais as profundas alterações operadas em muitas regiões do interior, apesar do muito que ainda há a fazer, como acrescentou, lembrando que Portugal é hoje unanimemente considerado pela comunidade internacional como um exemplo de estabilidade política, de desenvolvimento e crescimento económico e de coesão social.

António Costa lembrou que apesar dos relevantes investimento e apoios que o Governo do PS encaminhou nesta legislatura para os territórios de baixa densidade, dando a este propósito os exemplos dos “laboratórios colaborativos” ou dos “centros tecnológicos” sediados no Instituto Politécnico de Bragança ou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, ou ainda no Centro Tecnológico para a vinha e o vinho, na UTAD ou no Centro Tecnológico da água, em Chaves, há ainda um longo caminho a percorrer em prol da valorização das muitas e importantes potencialidades existentes nas regiões do interior, devendo o futuro Governo continuar a estimular os “instrumentos que ajudem à valorização destes recursos através do conhecimento”.

Reconhecendo aquilo que é uma evidência para todos, de que não é “a mesma coisa” ser uma empresa situada nos territórios de baixa densidade ou nos grandes centros urbanos, António Costa, depois de relembrar que a reprogramação dos fundos comunitários aumentou recentemente em cinco milhões de euros com verbas destinadas às empresas que pretendam investir na sua própria modernização, recordou a reserva criada pelo Governo de 1.700 milhões de euros, “a que só podem concorrer as empresas situadas nos territórios de baixa densidade”, justificando esta decisão com a necessidade de se fortalecer o apoio às empresas localizadas no interior do país porque vão ser elas, como defendeu, que vão criar os postos de trabalho para “fixar os filhos e atrair população”.

‘Erasmus’ para valorizar o interior

Segundo o líder socialista e primeiro-ministro, para que este cenário se torne uma realidade indiscutível, designadamente na fixação dos jovens nos territórios de baixa densidade, é preciso dar alguns passos concretos nesse sentido, sustentando nomeadamente a criação do que designou como uma espécie de Erasmus para o interior, para que os mais novos, a exemplo do que hoje já sucede quando permanecem um ou dois semestres no estrangeiro, possam igualmente ter oportunidade de também passar a entender melhor o seu próprio país, o que lhes poderá abrir novas portas para outros saberes e novas realidades dentro do país.

Rede 5G com política de discriminação positiva

Já na parte final da sua intervenção, o Secretário-geral socialista deixou ainda a promessa de que, no concurso que vai ser lançado para a nova rede de telecomunicações 5G, o Governo estabelecerá junto das companhias a regra de não só darem a primazia na instalação deste equipamento aos grandes centros, mas de olharem igualmente e de forma simultânea para os centros urbanos do interior, através de uma “política de discriminação positiva”, ajudando assim, como salientou, a que também nestes territórios se possam criar “melhores condições tecnológicas” capazes de contribuírem para a criação de novas empresas com mais e melhor emprego e de ajudarem igualmente a fixar os recursos humanos.

António Costa abordou ainda a redução de portagens, sobretudo para os transportes de mercadorias, medida que considerou ter sido emblemática e “decisiva” para atrair o investimento de empresas e a criação de emprego no interior, lembrando que, nesta legislatura que agora está prestes a terminar, houve um investimento nos territórios de baixa densidade de empresas que chegou aos 1900 milhões de euros e a criação de cerca de dez mil novos postos de trabalho, a par da reabertura de 23 tribunais, da criação de 215 postos do cidadão ou, ainda, a “recuperação e a reabilitação de escolas por todo o país” e a clara “melhoria em todos os serviços de saúde”.

Neste comício socialista, que contou com a presença da Secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, e do eurodeputado Pedro Silva Pereira, entre outros altos dirigentes do PS, intervieram, para além de António Costa, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos, e o deputado e cabeça de lista do PS por Vila Real à Assembleia da República, Ascenso Simões.