Famílias portuguesas são as primeiras beneficiárias de leilão histórico de energia solar
O leilão de energia solar promovido pelo Ministério da Transição Energética, que segundo titular da pasta, o ministro João Pedro Matos Fernandes, “tinha tudo para correr bem”, referindo-se particularmente o governante ao facto de Portugal, juntamente com a Turquia, ser dos países europeus aquele que reúne maior potencial para produzir eletricidade a partir do solar, ficou largamente comprovado, superando mesmo todas as expetativas “tanto na concorrência como essencialmente no preço”.
Matos Fernandes mostrou-se satisfeito com o sucesso da iniciativa, lembrando que o valor médio alcançado foi de 20 euros MWh, ou seja, como salientou, “menos de metade do valor máximo definido” que estava nos 45 euros por MWh, realçando ainda que com o resultado saído do leilão “foi batido um recorde mundial” pelo facto de se ter “vendido um lote por 14,70 euros MWh”.
Tendo este sido o maior leilão realizado em Portugal na ultima década, onde se obtiveram preços inéditos à escala global, são as famílias portuguesas as primeiras a beneficiar diretamente com o resultado obtido neste leilão, referindo o governante a possibilidade agora aberta de se poderem ligar à rede 1400 MW da nova capacidade solar, mas com custos significativamente mais baixos.
Segundo o ministro, a potência agora leiloada de 1400 MW, a entrar no circuito no prazo de três anos, será capaz de, numa primeira fase, cobrir uma parte do consumo elétrico nacional, sendo que o restante consumo virá de outros produtores, designadamente “eólicos, hídricos, centrais a gás natural, entre outros”.
Para o ministro da Transição Energética, este foi um leilão muito importante para o país, não só porque abre a possibilidade de a partir de agora Portugal passar a utilizar os “seus recursos endógenos” para produzir eletricidade, passando a consumir menos carvão e gás natural, produtos que o país tem de importar, mas também com reflexos muito positivos para os consumidores porque esta diferença de preço “entre o preço do mercado e o que vamos pagar por esta eletividade vai toda para o sistema elétrico nacional” o que se vai refletir, como garantiu, na “redução do preço da eletricidade que pagamos em casa”.
Dos 64 concorrentes nacionais e internacionais, segundo ainda o ministro João Pedro Matos Fernandes, 13 saíram vencedores como a espanhola Iberdrola que adjudicou o maior número de lotes e a francesa Akuo que foi a empresa que conseguiu ganhar a mais potência, 370 MW de um lote de 1400 MW que foram a leilão, tendo ainda havido empresas portuguesas no lote dos vencedores.