Falta de referências à democracia pelo novo presidente dos EUA é motivo de apreensão
O presidente do PS diz-se surpreendido e “preocupado” com as primeiras palavras de Donald Trump, no seu discurso de posse, por não ter feito quaisquer referências à democracia e por ter “omitido”, durante toda a sua intervenção, qual o papel que reserva aos EUA no mundo.
Segundo Carlos César, o 45º Presidente dos EUA, ficou-se por uma “intervenção inconclusiva” sobre a devolução do poder ao povo e por uma vaga, e pouco explicada forma, como pretende avançar, como prometeu, com uma “maior determinação no combate ao terrorismo”, considerando serem estes “sinais menos confiantes” para a comunidade internacional.
Contudo, para Carlos César, Donald Trump deve ser “julgado” não pelas suas palavras no discurso de posse, mas pelos seus futuros atos e pelas “decisões que vier a tomar”, não deixando de alertar que uma “América voltada para si mesma”, politicamente “mais musculada” e economicamente mais protecionista e menos universalista, ficará menos apta a poder contribuir para a paz e a coesão nos cenários internacionais e regionais.
Relações bilaterais
O presidente do PS sustentou que que Portugal, sem deixar de respeitar a nova administração norte-americana, deve contudo continuar a “reafirmar” uma posição “mais ativa” na relação bilateral, valorizando a “nossa condição euro-atlântica”, que, por vezes, “alguns governantes tendem a esquecer”, lembrando o papel determinante e a importância que a comunidade açoriana tem nos Estados Unidos.
Portugueses, que nos Estados Unidos da América, segundo os últimos censos norte-americanos, representam uma comunidade de cerca de 1,4 milhões de pessoas, sendo cerca de 70% de origem açoriana, representada em todos os estados daquele país, com maior incidência na Califórnia, Massachusetts e Rhode Island.