Falta de estratégia e más decisões do Ministério da Saúde
Para a coordenadora dos deputados socialistas na Comissão de saúde da Assembleia da República, “o tempo de espera a que os utentes dos exames de colonoscopia estão sujeitos e as situações desumanas daí decorrentes que assistimos nos últimos dias em Lisboa são consequência dos cortes aplicados por Paulo Macedo e resultam da falta de estratégia e das más decisões governamentais em matéria de convenções”.
Em declarações ao AS Digital Diário, Luísa Salgueiro lamenta ter sido “preciso muito sofrimento e muitas cirurgias adiadas, atirando os cidadãos para fora do sistema, com muitos doentes oncológicos a desistirem das terapias, para o ministro vir agora anunciar que afinal há uma folga orçamental de milhões”.
Entretanto, a Europacolon – Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo afirmou que o número de especialistas e clínicas que realizam colonoscopias em Lisboa é manifestamente insuficiente para as necessidades.
“Em Lisboa existem apenas seis unidades de saúde que realizam colonoscopias pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) por um valor entre os 14 e os 28 euros, com anestesia. No sector privado os exames continuam a custar mais de 400 euros”, disse Vítor Neves, presidente da Europacolon.
“Um ano após intervenções e promessas por parte do Ministério da Saúde, continuamos com um tempo de espera de cinco a seis meses no sector público e no privado convencionado em Lisboa”, acrescentou.
No resto do país, adiantou, “os exames são realizados em apenas duas semanas, o que nos leva a concluir que o número de especialistas e clínicas para a realização das colonoscopias, em Lisboa, é manifestamente insuficiente faca às necessidades”.