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Fabricar uma crise política é uma irresponsabilidade

Fabricar uma crise política é uma irresponsabilidade

“Acordos à esquerda dão ao PS estabilidade para governar”, afirmou António Costa, que acusou Passos Coelho e alguns ministros do Governo demissionário de “irresponsabilidade” e “imprudência”, ao andarem a assustar os portugueses, tentando criar instabilidade e fabricar uma crise política artificial.

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O Secretário-geral respondia assim, na sessão de abertura de um encontro com militantes do Porto, ao atual primeiro-ministro que pediu uma revisão constitucional para haver o mais depressa possível eleições legislativas e, acompanhado por membros do Executivo ainda em funções, andar a tentar lançar a instabilidade política e a fomentar a incerteza nos mercados, inclusive no estrangeiro.

Segundo sublinhou António Costa, “estão criadas todas as condições para que, tão rapidamente quanto o queiram, podermos ter um novo Governo que possa ser viabilizado na Assembleia da República, que ponha termo a este período de incerteza, de intranquilidade e que devolva estabilidade ao país”.

Ou seja, acrescentou, um Governo que respeita a vontade dos portugueses de “mudança de orientação política”.

Reencontro com a Constituição

“Em Portugal, não há crise politica se não a criarem. Em Portugal, o que se verificou esta semana foi o normal funcionamento do regime democrático, no estrito cumprimento da Constituição e, eu até diria mais, do reencontro com a Constituição”, afirmou.

Na sua intervenção, o líder socialista disse nunca imaginar ver políticos dos quais o PS diverge, “mas que exercem funções de alta responsabilidade no Estado português”, como o ainda primeiro-ministro, o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros e a ainda ministra das Finanças, terem “a imprudência de andarem a assustar os portugueses sobre as condições de estabilidade. Mas que irresponsabilidade esta atuação”.

Neste campo, ironizou António Costa, os portugueses “têm mais a agradecer a mensagem de tranquilidade e serenidade que transmite o ministro das Finanças alemão por contraste pelo que diz o Governo português aos mercados e à Europa”.