Exportações portuguesas para o Reino Unido apoiadas com 50 milhões de euros
O anúncio desta medida foi hoje feito pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, no final do Conselho de Internacionalização da Economia, reunião que teve lugar esta manhã na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, tendo o governante adiantado que esta iniciativa “faz parte do pacote” de medidas que o Governo quer pôr em ação para fazer face a um eventual ‘hard Brexit’.
O ministro lembrou ainda que se, entretanto, não houver acordo, ou seja, não havendo “um período de transição”, o que coloca o Reino Unido a partir de 30 de março como um “Estado terceiro”, as empresas portuguesas que exportam para o Reino Unido vão passar a ter controlo alfandegário e aduaneiro, “com custos e dificuldades acrescidas para as empresas”.
É com o objetivo de mitigar o impacto que esta nova realidade irá trazer às empresas nacionais que exportam para o Reino Unido que se tem de compreender a disponibilização por parte do Governo desta linha de financiamento de 50 milhões de euros, verba que, segundo o ministro Pedro Siza Vieira, servirá para as necessárias “adaptações internas e para a diversificação de mercados”.
Quanto a eventuais impactos negativos que a saída do Reino Unido, “que é o maior e o principal mercado para Portugal”, possa trazer para o bom desempenho do turismo no país, o ministro da Economia mostrou-se apreensivo, adiantando, contudo, que o Governo vai levar a cabo em breve “campanhas institucionais” no Reino Unido de forma a “evitar uma queda do turismo com origem naquele país”.
Medida é para manter
Já sobre se esta medida de apoio do Governo às empresas nacionais que exportam para a Grã-Bretanha se manterá ou não caso haja acordo a resposta veio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva que lembrou que esta iniciativa se manterá, uma vez que a saída do Reino Unido da União Europeia, como sustentou, terá na mesma implicações importantes para a economia portuguesa e para as empresas, “ainda que de forma menos drástica”, designadamente, como aludiu, porque as empresas “vão ter mais tempo para se poder adaptar”.
O responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros garantiu ainda que haverá um reforço nos atendimentos aos turistas procedentes do Reino Unido nos dois aeroportos nacionais mais utilizados pelos britânicos, Faro e Funchal, garantindo assim que as formalidades, nomeadamente o controlo de passaportes, e não só serão mitigadas como diminuídas ao mínimo.