Exportações atingiram 44% do PIB em 2018
Nos últimos dez anos, “a intensidade exportadora da economia portuguesa passou de cerca de 28% do PIB (…) para 44% no final do ano passado”, disse o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Vieira da Silva, acrescentando que “o Banco de Portugal já projeta, para 2021, o momento em que as exportações podem atingir cerca de 50% do PIB”, afirmou.
Numa conferência do Banco de Portugal, dedicada ao tema “O dinamismo do setor empresarial”, realizada ontem, em Lisboa, o ministro Siza Vieira considerou que “as empresas portuguesas e a economia portuguesa, no seu conjunto, estão muito mais expostas ao exterior, muito mais abertas”.
Para o responsável pela pasta da Economia, esta maior abertura da economia portuguesa assenta, sobretudo, no dinamismo que alguns setores apresentam, tais como os setores automóvel, o metalomecânico, o agroalimentar e o turístico, os quais “saíram bem da crise e se revelaram, quer com a aposta em pequenas e médias empresas, quer com o reforço de investimento estrangeiro”, sublinhou Siza Vieira.
Tratam-se de setores que tiveram uma “maior integração nas cadeias de valor internacional, um aumento do valor acrescentado nacional nas exportações”, como tem sido demonstrado pelo setor agroalimentar, onde as empresas estão a conseguir crescer acima da procura externa, conquistando uma maior quota de mercado.
Além da área agroalimentar, o ministro destacou “o setor turístico, onde o que temos visto, nos últimos anos, é uma diversificação da oferta e de mercados”, acrescentou o governante.
Estes progressos no domínio da economia devem-se, também, ao esforço de investimento empresarial privado, acompanhado por uma redução do endividamento empresarial.
Nesse sentido, foi determinante a atuação do Governo, nomeadamente em termos da “aceleração dos sistemas de incentivo com fundos europeus, da criação de linhas Capitalizar, que canalizaram para o setor empresarial quase quatro mil milhões de euros”, bem como a “capacidade de alterar significativamente o sistema fiscal, no sentido de apoiar o esforço de investimento empresarial e a capitalização das empresas”, salientou Pedro Siza Vieira.
Todavia, esta exposição poderá suscitar riscos para as próprias empresas, pelo que o Governo, o Banco de Portugal, o Instituto Nacional de Estatística e a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI) estão a criar um mecanismo de alerta, com vista a identificar precocemente as situações que se afiguram mais vulneráveis.
Este mecanismo visa transmitir a todos os responsáveis das empresas portuguesas uma análise quantitativa e qualitativa sobre a situação da respetiva empresa, com base numa análise “da informação estatística que é produzida a partir da informação empresarial simplificada”, explicou o ministro.
O mesmo mecanismo servirá, ainda, para alertar as empresas para sinais “de que possa entrar em algumas dificuldades no futuro”, para que possam atuar preventivamente.
“Quanto mais cedo for possível reagir aos momentos de dificuldade, mais fácil é atravessar a tormenta, evitar problemas mais sérios e poder aproveitar as várias ferramentas e instrumentos que existem”, salientou Siza Vieira.
Com este instrumento, “Portugal ficará dotado de uma ferramenta mais moderna do que mais existe em toda a União Europeia”, concluiu o ministro da Economia.