Expo Dubai 2020 é oportunidade estratégica para a projeção de Portugal
Ao fim de 10 anos de sucessivas ausências, Portugal vai regressar a uma exposição universal, no Dubai, uma presença que representará um investimento de perto de 21 milhões de euros e que foi já classificada pelo primeiro-ministro como uma oportunidade privilegiada para Portugal “projetar a sua imagem externa e aumentar o seu potencial exportador”.
Numa cerimónia que esta manhã teve lugar no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, António Costa, depois de salientar a importância da presença de Portugal nesta exposição no Dubai e de sublinhar que este regresso ao fim de uma década a exposições universais significa também “uma grande responsabilidade”, justificando que o crescimento económico e as exportações têm de continuar a crescer, citou dados entretanto divulgados publicamente pela Agência para a Internacionalização e Comércio Externo de Portugal (AICEP), segundo os quais o país fechou 2019 “pela primeira vez” com mais de “90 mil milhões de euros em exportações”.
Segundo o primeiro-ministro, que estava acompanhado por outros membros do Governo, entre eles o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, para um país como Portugal que tem vindo a aumentar as suas exportações, sobretudo nos últimos quatro anos, e que não pode nem quer perder o ritmo de vendas dos seus produtos no mercado externo, seria incompreensível, como salientou, não marcar presença nesta iniciativa no Dubai, que contará com a representação de 190 países e que deverá receber perto de 25 milhões de visitantes.
Para o chefe do Executivo, é claramente assumido que Portugal não pode deixar de marcar sempre presença em todas estas “montras internacionais”, a começar desde já pela Expo Dubai, sendo este um fator de “grande importância” para a consolidação e fortalecimento da imagem internacional do país, permitindo concomitantemente, como salientou, “aumentar o nosso valor enquanto nação, mas também o valor de cada serviço ou produto que exportamos”.
Na sua intervenção, o António Costa não se esqueceu de referir o que há muito vem defendendo, que Portugal tem de se projetar também como um país de “ciência, das energias renováveis, da economia azul e aberto ao mundo”.
Pavilhão de Portugal na Expo Dubai 2020
O pavilhão de Portugal na Expo Dubai 2020, com um piso de entrada em calçada portuguesa e partes de paredes decoradas com azulejos, terá no piso superior um restaurante, assim como um terraço (roof top) para espaço de “diplomacia económica”, apresentando uma programação dedicada à lusofonia, através da qual se procurará mostrar o caráter universal do país.
“O pavilhão de Portugal é um convite para uma viagem pelo país, durante a qual se salienta a nossa capacidade de acolhimento, de inclusão e a nossa modernidade, a par de um legado histórico de respeito”, afirmou o comissário-geral, Celso Guedes de Carvalho.
Até ao final da exposição, que se prolongará por 173 dias, coincidindo nos primeiros meses de 2021 com a presidência portuguesa da União Europeia, Portugal terá, entre outros eventos especiais, uma semana dedicada à água e, em conjunto com a Espanha, uma semana dedicada à inovação.
O secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, por sua vez, realçou que o evento “é uma enorme oportunidade para Portugal partilhar a sua visão sobre a resposta a problemas à escala global”, referindo também as temáticas da “sustentabilidade e da mobilidade”.
“Julga-se que esta será a maior exposição universal de sempre. Esta é também uma oportunidade para captarmos investimento direto estrangeiro e posicionar as nossas empresas. Queremos competir no mercado internacional pela tecnologia, pela inovação e pelo valor acrescentado”, declarou o governante, referindo que Portugal apresenta taxas de crescimento nos mercados da península arábica na ordem dos 10 por cento.
Eurico Brilhante Dias acrescentou, no entanto, que a presença portuguesa no Dubai “não se esgotará na sua dimensão económica”.
“Daremos particular destaque às nossas dimensões científica, tecnológica e cultural. Queremos mostrar aquilo que somos capazes de gerar”, afirmou.