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Existência de “blocos centrais” é negativa para a democracia

Existência de “blocos centrais” é negativa para a democracia

O presidente do PSD, Rui Rio, tem feito oposição a este Governo “como muito bem entende”, sustentando o primeiro-ministro, na entrevista concedida à agência Lusa, que o que “não era de todo normal” na vida política nacional era a postura assumida pela anterior liderança deste partido, “onde existia um grau de conflitualidade exacerbado” que objetivamente era muito “penalizador do funcionamento da democracia”.

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Palavras que não podem em nenhum caso, como assinalou António Costa, levar ninguém a pensar ou sequer a formular a ideia de que o PS está aberto à possibilidade de apoiar a existência de “blocos centrais”, cenário que só poderia equacionar, como acrescentou António Costa, caso viesse a existir uma situação de “calamidade extrema para a democracia”.

Mas se para o primeiro-ministro existe hoje um grau de normalidade na postura política do líder do maior partido da oposição, necessariamente comparada com a prática anterior, António Costa não deixa, contudo, de considerar como “esquizofrénicas” algumas das críticas do PSD ao OE2019, lembrando que as propostas apresentadas pelo Governo defendem que a política económica e financeira seguida até aqui “previnem tempestades” que possam chegar do exterior, manifestando o desejo de que as eventuais alterações que vierem a ser introduzidas na especialidade “não desequilibrem uma receita que já demonstrou dar bons resultados”.

Governo provou que política alternativa era possível

Apesar de haver quem, desde o princípio, tivesse manifestado descrença em relação à viabilidade ou ao êxito dos vários Orçamentos do Estado apresentados por este Governo desde 2016, o certo, disse António Costa, é que “foi aritmeticamente possível que todos eles tivessem funcionado e apresentado resultados positivos” com a vantagem acrescida de “o diabo” não ter comparecido à chamada da direita.

António Costa lembrou ainda que Portugal apresenta hoje, pela primeira vez desde o início do século, “dois anos consecutivos de crescimento acima da média europeia”, criou até agora nesta legislatura 341 mil novos postos de trabalho, conseguiu que os portugueses poupassem em IRS 1000 milhões de euros, para além de o país ter conseguido alcançar “pelo segundo ano consecutivo” o défice “mais baixo da história da nossa democracia”.

Reafirmando que o Governo não tem “nenhuma obsessão relativamente ao défice”, e que a previsão de 0,2% para 2019 é para manter, António Costa não deixou a este propósito de criticar o PSD que acusa de ter um “discurso contraditório” quando diz que o défice “deveria ser menor”, acusando-o de ser uma “verdadeira orgia orçamental”, para depois as únicas propostas de alteração que apresenta “serem propostas que ou diminuem a receita ou aumentam a despesa”, uma “esquizofrenia” que para o primeiro-ministro não é de todo possível sustentar de boa fé.

O chefe do Executivo socialista recusa perentoriamente a tese de que os bons resultados que o seu Governo tem apresentado resultem do facto de estar a governar em tempo de “vacas gordas”, defendendo que quando o país cresce acima da média europeia “é muito difícil estar-se a dizer que se trata de um crescimento à boleia do que acontece na Europa”.