Excelência e inovação devem guiar o reforço das capacidades nacionais de produção
O líder do Executivo, que falava aos jornalistas depois de uma visita ao CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, em Matosinhos, onde foram produzidos os primeiros ventiladores portugueses, frisou que Portugal não pode “depender de um mercado que está completamente desregulado e selvagem a lutar quase de ombro a ombro fisicamente” para comprar materiais de proteção individual como as máscaras, mas também os ventiladores.
Nestes dois últimos meses em que nos temos debatido com a pandemia por Covid-19, que “já parecem vários anos”, aprendemos que “não podemos estar tão dependentes de fornecimentos externos como temos estado até agora”, salientou António Costa, que defendeu que “coisas tão banais como máscaras não podem vir de países que estão a milhares de quilómetros de distância”.
O primeiro-ministro sublinhou que o facto de o CEiiA ter conseguido, num prazo de 45 dias, fabricar e produzir 100 ventiladores mostra que “em todos os momentos de exceção os portugueses são completamente excecionais”. Agora falta o passo seguinte: “Continuar a ser excecionais na normalidade”.
“O CEIIA não é uma fábrica, aqui estão a ser fabricados não só os primeiros protótipos, mas já os produtos, mas o objetivo não é o CEiiA continuar a produzir ventiladores, é a partir daqui libertar esta tecnologia, este ‘know-how’ para a indústria nacional poder passar a produzir em larga escala, para as necessidades nacionais, mas também para as necessidades globais”, disse.
António Costa explicou depois que “o Estado português, no conjunto de aquisições que vai fazer do [ventilador] ATENA, vai fazê-lo não somente para reforçar as necessidades nacionais, termos uma maior reserva a nível nacional, mas para reforçarmos a nossa contribuição no âmbito da cooperação internacional para o desenvolvimento e designadamente com os países da lusofonia”.
Desta forma, o país tem conseguido conter a pandemia “e é também assim que vamos conseguir dar a volta e voltar a lançar a economia, não só com base naquilo que já fazíamos bem, mas agora também aquilo que podemos fazer mais e melhor com o que aprendemos nestes duros dois meses de aprendizagem, de luta pela sobrevivência, mas pela qual sairemos seguramente mais fortes do que aquilo que estávamos em fevereiro quando tudo isto começou”, afiançou.