Évora vai testar voto eletrónico nas próximas europeias
Nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, que vão decorrer no dia 26 de maio, o Governo quer testar o voto eletrónico presencial através de um projeto-piloto que será apenas nesta escolha eleitoral, referindo Eduardo Cabrita ser este “um bom momento e a altura adequada para se fazer esta experiência”.
O ministro da Administração Interna falava ontem na cidade alentejana de Évora, durante a cerimónia de apresentação do projeto-piloto do voto eletrónico, defendendo que as próximas eleições europeias “pelas suas características muito próprias”, uma vez que se realizam em todo o território nacional, mas “com círculo eleitoral único”, para além de garantirem “uma menor complexidade política” em relação às legislativas ou às autárquicas, como referiu, reúnem as especificidades necessárias para que seja a altura certa para testar a iniciativa.
Neste sentido, como garantiu o governante, em 26 de maio vão estar à disposição dos eleitores deste distrito alentejano “50 mesas de voto eletrónico” em 23 freguesias dos 14 concelhos do distrito de Évora, equipamentos que, como salientou Eduardo Cabrita, vão estar a funcionar “independentemente das restantes 186 mesas de voto tradicional”, sendo permitido a qualquer um dos 137 mil eleitores deste círculo eleitoral que possam “exercer o seu direito de voto numa das 50 mesas de voto eletrónico”.
Quanto à escolha deste distrito para testar o voto eletrónico presencial, o ministro da Administração Interna justificou com o facto de se tratar de um distrito que tem uma ligação muito estreita à sua Universidade, mas também por questões “logísticas e relacionadas com o número e características dos concelhos e freguesias”.
Em qualquer caso, esta próxima experiência com o voto eletrónico presencial é, para o governante, um “passo significativo” no sentido da modernização do sistema eleitoral em Portugal, garantindo que, quando este projeto estiver disseminado pelo país, e em velocidade de cruzeiro, certamente que haverá um reforço da participação eleitoral e níveis mais baixos na abstenção.
Outra dos assuntos abordados pelo ministro, e que o Governo já tinha anunciado, tem a ver com o facto de nas próximas eleições o número de eleitor deixar de ser necessário, passando a identificação a ser feita “através do cartão de cidadão”, sendo que os cidadãos com deficiência visual “vão poder exercer o seu direito de voto através de uma matriz”, enquanto que os cidadãos residentes no estrangeiro terão acesso ao recenseamento automático, “caso o desejem”, sendo aberta nestes casos a possibilidade de poderem “escolher a capital de distrito onde votar na semana anterior às eleições”.