Europa tem de reforçar área social com novos investimentos
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, presidiu no passado dia 17 deste mês de julho a uma sessão de trabalho no âmbito da União Europeia sobre ‘a contribuição dos sistemas de proteção social para a recuperação da crise’ provocada pela pandemia da Covid-19, tendo na ocasião defendido que a tarefa prioritária dos políticos e dos governos europeus está indissociavelmente relacionada com a “promoção de políticas públicas que reforcem os Estados sociais”.
Uma iniciativa que, segundo a governante, exige que se caminhe no sentido do fortalecimento das redes de proteção social e do robustecimento dos serviços públicos, para além de um vigoroso “diálogo social” e do aumento dos investimentos públicos na área social, assinalando Ana Mendes Godinho que, graças à importância e ao peso do Estado Social no conjunto dos países europeus, foi possível enfrentar com êxito e “responder com eficácia” a uma situação excecional “como a que atravessamos com a atual crise pandémica”.
Para a titular da pasta do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, outra das evidências igualmente postas a claro por esta crise é a necessidade de se “acelerarem as mudanças económicas e sociais” por forma a garantir, como defendeu, a “promoção dos objetivos de sustentabilidade e inclusão”, referindo especificamente a proteção dos mais vulneráveis, para que “ninguém fica para trás”.
Presidência portuguesa
Nesta reunião informal dos ministros do Trabalho e Assuntos Sociais, Ana Mendes Godinho voltou a lembrar aos congéneres europeus que uma das prioridades da próxima presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, irá passar pelo reforço do pilar dos direitos sociais, sustentando a governante que o importante é “combater os problemas da economia informal” e enfrentar os desafios dos “novos modelos de trabalho”, assumindo a necessidade de “termos sistemas de proteção social inclusivos”, tarefas para as quais, como assinalou, a União Europeia está especialmente preparada a desempenhar “um papel fundamental”, apesar do trabalho que ainda falta fazer.
Ainda segundo a ministra, o desemprego só poderá ser combatido com êxito na Europa, a curto e a médio prazo, caso haja um “esforço conjunto” de todos os Estados-membros na luta contra a pobreza e a exclusão social, com recurso a “instrumentos financeiros e com a capacidade de uma intervenção rápida” por parte dos governos, defendendo que a convergência, a solidariedade e a coesão social e territorial “devem ser os motores da recuperação das economias europeias”.