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Europa precisa de reforçar mecanismos de coesão

Europa precisa de reforçar mecanismos de coesão

Não haverá estabilidade na zona euro enquanto as economias forem crescentemente divergentes, alertou o Secretário-geral do PS, defendendo que a União Europeia (UE) precisa reforçar os mecanismos de coesão para retomar o caminho da convergência entre as zonas mais ricas e mais pobres.

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Europa precisa de reforçar mecanismos de coesão

Ao discursar num jantar, em Albufeira, o líder socialista criticou a política de austeridade que tem sido seguida na UE e apontou a necessidade de traçar em Portugal uma estratégia de médio e longo prazo centrada na educação, na formação de adultos e na exploração de recursos energéticos como o sol ou o mar.

“A primeira lição que temos de retirar daqui é que o insucesso da política de austeridade não se limitou aos seus efeitos económicos e tem tido um efeito muito negativo do ponto de vista político e à escala global da UE, com o favorecimento dos radicalismos, nuns casos de base nacionalista, noutros de extrema-direita, noutros de extrema-esquerda, mas enfraquecendo sempre o projeto europeu”, avisou.

Assim, para o Secretário-geral do PS, o desejável é ter uma “UE mais unida e mais forte”, uma vez que isto implicaria “um outro nível de relacionamento entre os diferentes Estados e entre os Estados e a União”.

Considerando que o maior défice de Portugal é o de qualificações e que esta é “uma batalha para várias gerações”, António Costa apontou também a exploração do sol como recurso energético que “pode ser exportado” para países dependentes energeticamente, como a Alemanha, ou com a exploração do mar.

O líder do PS sublinhou que, além dos efeitos económicos negativos que a austeridade trouxe, houve também consequências dessa opção em termos políticos, com o surgimento de radicalismos de várias índoles em vários países.

E manifestou o desejo de que a situação da negociação entre a UE e a Grécia, que disse ter um papel geoestratégico importante, se resolva, advertindo porém que o problema atual da Europa não se resolve nem com austeridade nem forçando os parceiros europeus a adotar um programa que não escolheram e imposto por um país.

Saída da Grécia da zona euro seria erro perigoso

A este propósito, António Costa declarou numa entrevista publicada no diário espanhol “El País” que uma eventual saída da Grécia da zona euro seria “um enorme perigo”, advogando uma alteração das políticas de austeridade na Europa “a partir de dentro” e “sem roturas”.

“A Europa vive uma ameaça interna com o terrorismo, está rodeada de instabilidade na fronteira mediterrânica e no Leste, com a crise da Ucrânia”, lembra, para de seguida frisar que atualmente “necessitamos mais do que nunca de uma Europa forte” e que “não podemos ignorar o fundamental papel geoestratégico da Grécia”.

Nesta entrevista ao periódico espanhol, o líder do PS considerou também que “a experiência do Syriza deve servir para [que as pessoas] entendam que os socialistas têm uma posição comum e procuram aliados” para defender “os interesses das economias ibéricas”, “mas sem roturas”.

Quanto à forma como pensa acabar com a austeridade, António Costa apontou o Plano Juncker e uma vitória dos socialistas em Portugal e em Espanha.