Europa deve mobilizar-se contra o populismo, a xenofobia e os extremismos
Falando em Berlim este fim de semana numa reunião organizada pelo Partido Social-Democrata alemão (SPD), António Costa apelou aos socialistas e social-democratas europeus para que se mobilizem e completem a União Económica e Monetária, porque é nos dias de sol, como defendeu, “que se arranja o telhado” e antes que líderes como os italianos “Salvini e o Di Maio nos tragam novos dias de chuva”.
Num período em que Portugal, e mais recentemente a Grécia, saíram do Procedimento por Défice Excessivo, está na altura, segundo o líder socialista, de os países da zona euro começarem a encontrar as soluções mais adequadas para que se complete a União Económica e Monetária (UEM), reafirmando que “mais do que uma moeda única, mais do que um mercado único, a Europa é uma comunidade de valores”.
De facto, acrescentou ainda António Costa, partilhar uma casa comum exige que todos “partilhem regras comuns”, aconselhando a que os europeus, tal como se faz nas famílias, se sentem a uma mesma mesa para partilhar estratégias e soluções, lembrando que democracia significa, antes de mais, e por “essência”, compromisso, sendo que a atual fragmentação eleitoral que se verifica na esmagadora maioria dos regimes democráticos na Europa “exige soluções governativas de compromissos”.
Compromissos que o Secretário-geral do PS referiu serem essenciais e com provas dadas em alguns países da União Europeia, como em Portugal, onde o Governo conta com o apoio parlamentar do BE, PCP e PEV, na Grécia, onde o primeiro-ministro Alexis Tsipras tem o apoio dos Gregos Independentes, ou na Alemanha, onde o Governo liderado por Angela Merkel conta com a Grande Coligação, sendo que cada um destes países, como referiu, conta com as suas próprias experiências e especificidades.
O Secretário-geral do PS, depois de defender que a melhor maneira de combater o populismo, que vai crescendo um pouco por toda a Europa, “é garantir que há sempre uma alternativa democrática”, referiu que a chave do sucesso da estabilidade política e social que se vive em Portugal resulta em grande medida da solução política que o PS e os partidos à sua esquerda encontraram para fazer frente às políticas de “empobrecimento criativo”, que a direita estava a executar, e ao facto de “cada um dos partidos ter mantido a sua identidade própria sem a tentação de ocupar o espaço político dos outros”.
Daqui resultando, como garantiu António Costa, que o PS está a subir nas intenções de voto, “não à custa dos nossos parceiros, mas dos nossos adversários” de direita.