Plásticos inundam oceanos e matam milhões de aves marinhas e de mamíferos

Plásticos inundam oceanos e matam milhões de aves marinhas e de mamíferos

Falando hoje, em que se comemora o Dia Mundial dos Oceanos, o ministro João Pedro Matos Fernandes alertou para o que considerou ser uma tragédia que se abateu sobre os oceanos, sustentando que quem sofre com a poluição dos mares “são todos os seres vivos que habitam os oceanos”, e que fazendo parte da cadeia alimentar “afetam todas as espécies, incluindo a humana”.

Para o ministro do Ambiente, este Dia Mundial dos Oceanos, cujo lema é “prevenir a poluição por plásticos, encorajar soluções para um oceano saudável”, é um dia que serve também para lembrar que o problema da poluição do mar é “um desafio global” que ultrapassa, em muito, a “dimensão geográfica de cada país”, sustentando que, quando “falamos das alterações climáticas ou quando falamos de redução de matérias primas”, esses problemas, acrescentou o governante, não são um exclusivo ou uma questão deste ou daquele país, “mas de todo o mundo”.

Para o ministro João Pedro Matos Fernandes, o problema dos plásticos nos oceanos assume hoje uma “dimensão planetária”, mostrando-se convencido de que a resolução, ou sequer a minimização deste problema, jamais poderá ser resolvida por um qualquer país isoladamente, donde, em sua opinião, tratar-se de um assunto que requer e obriga a um grande esforço coletivo.

Para se ter uma noção da dimensão que o problema da poluição por plásticos atingiu nos oceanos, o ministro do Ambiente socorreu-se de um recente relatório da ONU onde é referido que cerca de oito milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos em cada ano, realidade que o ministro João Pedro Matos Fernandes lembra traduzir-se num custo para a vida de um milhão de aves marinhas e de perto de 100 mil mamíferos.

Assinalar o dia dos oceanos

Para sinalizar este Dia Mundial dos Oceanos, para além da visita que o primeiro-ministro, António Costa, efetuou ao Oceanário de Lisboa, decorreu durante o dia de hoje, em Peniche, uma conferência sobre o tema “Oceanos - Sensibilizar para agir, proteger para valorizar”, numa organização do Instituto Politécnico de Leiria, da Comissão Nacional da UNESCO e do Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental, iniciativa que contou, para além de outras personalidades, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

José Matos Fernandes

Ministro do Ambiente diz estar a “atacar desde já” problema de poluição no Tejo

O ministro do Ambiente afirmou hoje que se está a “atacar desde já” o "problema agudo" de poluição no Tejo, em Abrantes, adiantando que estão a ser feitas análises à espuma, enquanto se trabalha em soluções.


“Neste momento confrontamo-nos com duas coisas: um problema agudo de poluição, que tem por detrás um acumular de condições de consolidação de matéria orgânica que, em anos de muito pouca chuva, não tiveram forma de se poder diluir. E vamos atacá-lo desde já”, afirmou João Matos Fernandes, que falava aos jornalistas em Montalegre.


O ministro, que vai esta tarde a Abrantes reunir-se com responsáveis da EDP, da Águas do Vale do Tejo, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e consultores da Universidade Nova, assegurou que já foram feitas no terreno colheitas das próprias espumas, junto às Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e das indústrias.


Segundo o governante, o que está em causa “é um problema de qualidade de água do Tejo que nos últimos tempos parece ter saturado”.


“Estamos a fazer essas mesmas recolhas com a certeza de que o problema que temos à nossa frente é um problema com uma dimensão que não resulta certamente da descarga A ou da descarga B, o que não quer dizer que elas não possam ter existido”, afirmou.


O ministro explicou que as análises à água e à espuma, cujos resultados demoram cerca de uma semana, permitirão “perceber quais são os agentes de poluição” e assim “chegar aos potenciais agentes poluidores”.


“Nós não podíamos, em face de um fenómeno de poluição com esta dimensão, deixar nada de fora e, por isso, fomos a todas as ETAR, nomeadamente as das Águas do Vale do Tejo, que são uma empresa pública da qual eu sou o último responsável, para podermos perceber como são as condições de descarga neste momento”, referiu.


Na quinta-feira, acrescentou, foram instalados sensores nestas estações de tratamento de águas, os quais serão recolhidos hoje e enviados para análise no Instituto Superior Técnico.
João Matos Fernandes disse que “parece que a natureza não está a conseguir depurar a quantidade de matéria orgânica que está a aparecer e se transforma em espuma quando passa em Abrantes”.


E, por isso, referiu que é preciso ter “uma solução para o problema concreto” e lembrou que se está a “construir um projeto para a melhoria da qualidade da água do rio Tejo”, um trabalho que já está a ser feito há algum tempo.

Novos compromissos na gestão dos oceanos

Lisboa é palco de compromisso internacional para combater efeitos da poluição oceânica

“Mais do que atos e declarações de boa-fé, há um compromisso sério e firme”, afiançou a ministra portuguesa do Mar, que presidiu ao encontro realizado no Mosteiro dos Jerónimos.

Na ocasião, Ana Paula Vitorino e fez questão de sublinhar que na declaração assinada, os responsáveis pela tutela dos mares de governos de todos os continentes reconheceram o impacto que a saúde dos oceanos tem nos seus sistemas nacionais de saúde, comprometendo-se a trabalhar “em rede”.

Segundo assinalou a governante portuguesa “só há um oceano para cuidar” e, por isso, é “fundamental para o futuro do planeta”.

Entre as medidas que constam num resumo da declaração distribuído aos jornalistas está “melhorar a comunicação entre a comunidade científica e as autoridades” que protegem o ambiente, a segurança alimentar e a saúde.

Estudar melhor a relação entre o ambiente marinho e a saúde humana é um dos eixos dos compromissos da declaração de Lisboa, na qual fica também previsto analisar as doenças entre as comunidades litorais.

Pretende-se, pois, curar o mar quando está doente e, ao mesmo tempo, procurar nos seus ecossistemas e espécies novos medicamentos e terapêuticas para doenças que afetam os humanos.

Os setenta governos reconhecem, portanto “a importância de reduzir o fardo das doenças humanas relacionadas com causas ambientais marinhas e de antecipar novas ameaças para a saúde pública antes que se tornem graves”.

Os ministros comprometem-se também a apoiar indústrias ligadas aos recursos biológicos e tecnologias marinhas, “uma oportunidade para desenvolver a economia do mar” de modo sustentável.

Ana Paula Vitorino saudou a coincidência de raciocínios, opiniões e prioridades, destacando que os compromissos assinados são voluntários e olham para o mar como fonte de comida, ar limpo, riqueza e emprego.

Apelou ainda à necessidade de "sociedades azuis" que consigam aproveitar os recursos oceânicos sem acabar por os destruir, seja pela exploração excessiva, pelos efeitos da poluição.

Ao concluir, Ana Paula Vitorino salientou que “só em diálogo com as populações, e tendo em atenção os Estados e regiões ultraperiféricos e ilhas, se pode garantir a sustentabilidade desse recurso que é o Oceano”.

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