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Este Governo perdeu o norte

Este Governo perdeu o norte

O novo programa económico do Governo é um cenário de “insanidade política e social”, disse o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, apontando, como exemplo, as medidas propostas pela maioria de cortes de mais de 600 milhões de euros nas pensões.

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Este Governo perdeu o norte

No debate quinzenal desta manhã na Assembleia da República, o líder da bancada parlamentar socialista classificou o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e o Plano Nacional de Reformas (PNR), aprovados ontem, quinta-feira, em Conselho de Ministros e que o primeiro-ministro levou hoje à discussão no Parlamento, como medidas “faz de conta”.

Depois de criticar o facto de os documentos aprovados em Conselho de Ministros não terem sido disponibilizados a tempo ao Parlamento, advertiu que o país se depara, uma vez mais, e a exemplo de tantas outras, com um caso que é mais de “propaganda do que de debate e informação”.

Para Ferro Rodrigues o programa que o Governo se prepara para apresentar para os próximos quatro anos, representa “uma ameaça”, com os pensionistas a serem ainda mais penalizados com a Contribuição Extraordinária de Solidariedade em 2017, mas em 2016 “alarga penalizações para outros”, concluindo o líder da bancada do PS que “maior trapalhada do que isto não é possível”.

O primeiro-ministro, recordou, diz não gostar de contos para crianças, mas este exercício que o primeiro-ministro trouxe a este debate quinzenal, acrescentou o líder parlamentar socialista, “é um pouco faz de conta”.

“Faz de conta que o PSD e o CDS ganham as eleições, que Passos Coelho é o primeiro-ministro até 2019, faz de conta que a oposição é depois complacente e faz de conta que é Cavaco Silva quem vai continuar Presidente da República para além de 2017”, acusando o Governo de estar a “tentar cortar tudo em 2016 para dar de novo em 2019”.

Disse que o Governo está a “perder o norte” criticando o calendário proposto para a reposição dos salários dos trabalhadores da Administração Pública e da sobretaxa do IRS e ainda a intenção de reduzir o valor global das despesas com pensões em cerca de 600 milhões de euros, medida que representa “uma ameaça e uma nova agressão aos pensionistas”, e perante a qual, referindo-se à posição já assumida por António Costa, de que o PS não tem a “menor disponibilidade para dialogar com o Governo”.

Para Ferro Rodrigues nem vale a pena o Governo tentar tapar o sol com uma peneira, porque as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro refletem, de facto, o “verdadeiro programa” que pretende apresentar para os próximos quatro anos, caso viesse a ganhar as próximas eleições legislativas, retomando um conjunto de políticas, algumas “já chumbadas pelo TC” e que trouxeram o país até à tragédia económica e social em que hoje se encontra.

O líder parlamentar do PS não deixou ainda de responsabilizar o Governo por situações que considerou como de “pavorosa indignidade” nas urgências hospitalares.