home

Estão reunidas as condições para relançar a competitividade da economia portuguesa

Estão reunidas as condições para relançar a competitividade da economia portuguesa

Portugal tem de aproveita o atual ciclo, onde impera a estabilidade social e política, para enfrentar e resolver de forma “paciente e persistente” os bloqueios que a economia portuguesa enfrenta. A tese foi ontem defendida pelo primeiro-ministro, António Costa, durante uma conferência debate promovida pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, que teve lugar em Lisboa.

Notícia publicada por:

Estão reunidas as condições para relançar a competitividade da economia portuguesa

Para o primeiro-ministro, Portugal tem de “aproveitar o atual ciclo, onde existe uma “elevada estabilidade”, social e política, para resolver os bloqueios do crescimento com que a economia portuguesa se confronta, rejeitando António Costa, tanto o protecionismo e as “correntes que advogam” a saída de Portugal da zona euro, como os defensores de um modelo de competitividade com “base em baixos salários”.

Reagindo à questão colocada pelo Presidente da República numa entrevista à Antena1, sobre a evolução da economia portuguesa, o primeiro-ministro, depois de defender que “não podemos ter só metas de curto prazo”, referiu-se à qualificação dos recursos humanos e à aposta na inovação como dois dos fatores chave que ajudarão a inserir a economia portuguesa no mercado global, sustentando que se não “tivermos persistência e paciência” e a “consistência” necessária para “fazermos os investimentos” que permitam ultrapassar os bloqueios estruturais da economia portuguesa, certamente que só muito dificilmente “conseguiremos sair do ciclo de baixo crescimento dos últimos dez anos”.

Para o primeiro-ministro, estão reunidas as condições para que o Governo se possa concentrar agora nos desafios que se colocam à competitividade da economia portuguesa de longo prazo, num momento, como recordou, onde predomina “estabilidade política” e uma “descompressão da tensão social”, com indicadores de confiança que já não se verificavam “desde o início do século”, uma assinalável “estabilização do quadro macroeconómico”, com a dívida pública bruta estabilizada e uma redução da dívida líquida, para além de um saldo primário que foi dos maiores da União Europeia.

Problemas da banca estão a ser resolvidos

O primeiro-ministro disse estar otimista em relação à estabilização macroeconómica, lembrando que os resultados da execução orçamental do primeiro trimestre vieram confirmar “esta tendência”, acrescentando que com os orçamentos aprovados até meados da legislatura e com as negociações já iniciadas para 2018, “teremos todas as condições para estar otimistas”, agora que os problemas da banca “estão a ser gradualmente resolvidos”.

António Costa referiu-se ainda ao programa ‘Simplex’ considerando tratar-se do “grande veículo da reforma do Estado” do seu Governo, reforma onde prevalece, como salientou, uma assinalável “reengenharia de procedimentos” através dos quais se tem procedido à “eliminação de legislação que continuava vigente, apesar de estar caduca”.

BPI investe 50 milhões de euros em ação social

Mais tarde, já na residência oficial em São Bento, após ter participado no Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, o primeiro-ministro, ladeado pela ministra da presidência, Maria Manuel Leitão Marques e pelo secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, recebeu o presidente da Fundação La Caixa, dona do espanhol CaixaBank, que controla o BPI, Isidro Fainé, que veio anunciar um investimento de 50 milhões de euros por ano em ação social em Portugal.

Neste encontro que teve lugar nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, para além do presidente da Fundação La Caixa, estiveram ainda presentes o presidente honorário do BPI, Artur Santos Silva, o futuro presidente executivo do banco português, Pablo Forero e o ainda presidente executivo do BPI, que passará a presidente não executivo, Fernando Ulrich.

O primeiro-ministro destacou que este investimento na área social reveste-se de um grande significado, lembrando que ele será dirigido a programas ligados à inserção no mercado de trabalho de pessoas em exclusão social, no apoio aos idosos, com atividades de desenvolvimento ativo, para além de se estender igualmente no apoio aos cuidados paliativos, prevendo também ajudar no acesso ao microcrédito, assim como ao desenvolvimento da ciência, da inovação e da área cultural.