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“Estamos a fazer história ao derrubar pequenos muros”

“Estamos a fazer história ao derrubar pequenos muros”

João Torres, um dos mais jovens deputados da nova legislatura, acredita verdadeiramente numa “convergência à esquerda”, defende como prioridade essencial da governação o emprego, mas deseja progressos noutras temáticas estruturantes.

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“Estamos a fazer história ao derrubar pequenos muros”

Em entrevista ao “Público”, o líder da Juventude Socialista descreve a noite de 4 de outubro como “totalmente agridoce”.

Se bem que a ideia de representar a vontade popular no Parlamento (eleito pelo círculo do Porto) o deixasse satisfeito, a confirmação da eleição teve sabor a vitória incompleta.

Esse é, garante, um desafio que encara a nível individual e coletivo, enquanto secretário-geral da JS (que elegeu um outro deputado, Diogo Leão, pelo círculo de Lisboa).

Independentemente do resultado das eleições, João Torres faz questão de sublinhar que “já estamos a fazer história ao derrubar pequenos muros que existiam entre o PS, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português”.

E considera “inaceitável” que os socialistas se possam “aliar aos partidos da direita”.

Os portugueses, acredita, estão “verdadeiramente saturados das soluções do costume e desta política de direita, que começa na austeridade e termina, em última análise, no próprio perfil dos líderes da coligação”, refere, revelando que a “qualificação da democracia” é algo que o preocupa.

Ser deputado é algo que “faz sentido” após 13 anos de JS. “Acho que poderei ser a voz de muitos pequenos problemas que, ao longo dos últimos anos, tive oportunidade de identificar e trabalhar”, adianta João Torres, apontando “causas mais progressistas”, “bandeiras” da JS, pelas quais quer continuar a lutar.

Assim, na próxima legislatura, o deputado do PS gostaria de ver avanços em temas como a eutanásia, a liberalização do consumo das drogas leves ou a regulamentação da prostituição. Porém, a prioridade é o emprego, sublinha.

“Criar mais e melhores postos de trabalho e estancar a emigração jovem”, frisa, lembrando que, “em dois anos consecutivos, 2013 e 2014, o país perdeu, em cada ano, 1% da população”. O jovem deputado também viu amigos emigrarem, pessoas que “saem amarguradas com o país e sem expetativas de voltar”.

Jovem da sua geração, confessa: “a política serve para mudar a vida dos outros pela positiva, mas a verdade é que também mudou a minha vida.”