Estado deve ser motor da inovação
Organizado pelo PS e tendo por palco as instalações do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), esta conferência sobre políticas públicas, para além de António Costa e de destacadas figuras do PS, contou ainda com a presença da economista italiana e professora universitária Mariana Mazzucato.
Perfilhando da tese da economista italiana, quando afirma que o investimento público deve ser o motor do desenvolvimento económico, ou quando considera que o diagnóstico que a direita faz sobre as políticas públicas “está a trazer o remédio errado”, também o Secretário-geral do PS salienta que um Estado empreendedor, ao contrário do que defende o Governo português, não cria qualquer obstáculo ou impedimento ao papel indispensável e decisivo que o sector privado deve ter na economia.
Saudou o trabalho científico desenvolvido pela professora e investigadora Mariana Mazzucato, que, na opinião de António Costa, tem contribuído para ajudar a esquerda democrática a “recuperar e reinventar o seu vocabulário”.
A este propósito, recordou igualmente as palavras da atual ministra francesa da Justiça quando recentemente disse que a maior derrota da esquerda europeia foi ter “perdido o seu próprio vocabulário” abdicando em favor da terminologia da direita.
Para o líder socialista, é essencial “recuperar o Estado como empreendedor”, sustentando que a questão da inovação estimulada e promovida pelo sector público assume um carácter “absolutamente crucial”.
Criticou, por isso, o que designou como o recurso “excessivo” pelo Estado à terceirização, desprotegendo-o em termos de recursos humanos qualificados, realçando que um dos maiores desafios que se coloca a Portugal passa pela requalificação dos quadros da Administração Pública.