Estado deve reforçar a sua posição na TAP
Carlos César, que alertou que “a nacionalização pura e simples deve ser evitada”, frisou a importância de haver já hoje um acordo entre o Estado e os acionistas privados, sendo que “o inverso será sempre penoso”.
O presidente do PS referiu, durante o programa semanal da rádio TSF ‘Almoços Grátis’, que “se não houver possibilidade de acordo com os privados, o que há a fazer é aprovar amanhã no Conselho de Ministros o decreto-lei da nacionalização, que já está preparado”, até porque a transportadora aérea “está a perder mercado todos os dias, com as outras companhias [aéreas] que, entretanto, se reativaram a tomar lugar nas suas rotas mais lucrativas”.
“A empresa tem que ser preservada” e, para tal, o Estado deve procurar “reforçar” a sua posição na TAP, “quer no capital, quer na gestão”, garantiu.
Apesar de se tratar de uma “negociação altamente complexa”, o dirigente socialista acredita que o “Governo português não deve prolongar indefinidamente essas negociações”.
Carlos César explicou depois a importância da TAP aos que têm “dúvidas sobre o caráter essencial da empresa”: “O país precisa de uma transportadora aérea capaz de suportar o turismo, de apoiar as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, uma companhia influente nas obrigações de serviço público, uma companhia influente na economia e na nossa projeção externa simultaneamente empregadora, ativa no mercado interno de fornecedores”.
“A TAP não é prescindível, tem um impacto múltiplo e temos que compreender – o Governo, todos nós – que não gostaríamos de gastar dinheiro com isto, mas essa é uma decorrência de uma situação que se tem vindo a agravar ao longo do tempo”, asseverou.
Não é possível controlar número de pessoas nos comboios
Relativamente à área metropolitana de Lisboa, Carlos César admitiu que o “aumento gradual da procura” agrava a situação nos transportes públicos durante as horas de ponta, mas salientou que “têm sido tomadas decisões”.
O presidente do Partido Socialista sugeriu depois que, nos circuitos das linhas ferroviárias, as empresas de autocarros turísticos “podiam fazer uma linha paralela a esses circuitos ferroviários, reforçando e melhorando a oferta nessas horas de ponta”.
Carlos César alertou que “não é viável controlar o número de pessoas que entram num comboio, já que se trata, por exemplo, de comboios com até 200 metros de comprimento”, sendo que alguns deles têm “24 portas que necessitariam de ser controladas”.
O dirigente socialista deu o exemplo da Alemanha, onde “nunca impuseram restrições de lotação”, porque perceberam “que seria muito difícil esse controlo”.