Estabilizar a escola e atingir metas europeias
Perante uma centena de pessoas reunidas no Museu de História Natural e da Ciência, em Lisboa, o líder do PS defendeu a urgência de “estabilizar a escola, deixá-la respirar e devolver-lhe paz”.
Segundo António Costa, que sublinhou o ‘stress’ a que os agentes educativos têm estado sujeitos nos últimos anos, “não é possível melhorar a qualidade da aprendizagem e mobilizar a comunidade educativa e as famílias sem que exista paz e tranquilidade nas escolas”.
Tranquilidade necessária, precisou de seguida, para trabalhar nas outras prioridades da próxima legislatura: aposta na formação de adultos, atração de mais estudantes para o ensino superior (não só jovens) e inserção das instituições universitárias nas suas comunidades e regiões.
Mas, a “prioridade das prioridades”, pontualizou, situa-se no básico e no pré-escolar, níveis de ensino para os quais preconizou uma “garantia da igualdade“ e uma “melhoria da qualidade”.
Neste ponto, criticou e rejeitou a atual diferenciação vocacional logo no ensino básico.
“Recusaremos liminarmente a ideia de antecipar para o básico as diferenciações vocacionais, porque, sobretudo numa idade precoce, representa prolongar na sociedade de forma duradoura fraturas sociais”, afirmou a propósito, lamentando que, “40 anos depois do 25 de abril de 1974, se tente voltar ao período anterior à reforma de 1973”.
Para o secretário-geral do PS, esse seria “um retrocesso inaceitável”, pelo que, desde já, disse, “temos de fazer uma muralha, uma linha vermelha sobre a qual não é possível transigir”.
Neste debate promovido pelo PS e moderado pela especialista em políticas educativas Maria Emília Brederode dos Santos, António Costa contrariou igualmente a velha tese conservadora segundo a qual em Portugal existe um excedente de licenciados.
“Portugal tem é empregos qualificados a menos”, contrapôs, propondo para o ensino superior uma estratégia de desenvolvimento e de promoção do acesso.
Neste sentido, destacou ainda a importância de cumprir escrupulosamente as metas educativas da União Europeia e de outras instituições internacionais, porque, explicou, um incumprimento deste género, a médio prazo, tornará o país mais vulnerável na sua capacidade de consolidar as finanças públicas.
Assim, para António Costa, tão importante quanto cumprir as metas do défice ou da dívida pública será, certamente, atingir o objetivo inscrito no documento “Europa 2020” de somar nesses anos 40% de pessoas entre os 30 e 34 anos com formação superior.
Cumprir estas metas, reforçou, servirá para “modernizar o tecido empresarial e a administração pública” portuguesa.