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“Espero que nada de irremediável aconteça com a TAP”

“Espero que nada de irremediável aconteça com a TAP”

António Costa disse esperar que “nada de irremediável” aconteça no processo de privatização da TAP, reiterando que o PS “tudo fará para que o Estado não perca o controlo” da transportadora aérea.

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“Espero que nada de irremediável aconteça com a TAP”

O líder do PS falava, no dia 15 de maio, aos jornalistas à saída de um encontro com a comunidade científica no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

António Costa reafirmou que “a TAP é uma empresa absolutamente estratégica para o futuro do país. É uma condição essencial da nossa soberania e portanto é preciso extrema cautela com o futuro da TAP”.

Até agora, continuou o Secretário-geral do PS, “ o Governo fez tudo mal. Por isso, espero que nada de irremediável aconteça e que o país possa continuar a contar com a TAP como tem contado”.

António Costa disse que desconhece o conteúdo das propostas que os empresários David Neeleman, German Efromovich e Miguel Pais do Amaral entregaram para aquisição da TAP. “Tenho esperança que os candidatos não tenham apresentado propostas para mais de 49%. O PS fará tudo para que o Estado não perca o controlo da empresa”.

Confrontado com o facto de todos os candidatos terem apresentado propostas para aquisição de 66%, o líder socialista considerou que o Governo cometeu “um erro gravíssimo” porque, frisou, “deixa o país desprotegido em relação ao futuro da empresa”.

Aventura da privatização

O secretário-geral do PS defendeu que existiam três caminhos a seguir antes de entrar na “aventura da privatização”.

“O Estado não se devia ter posto na aventura da privatização sem antes ter esgotado junto da Comissão Europeia as possibilidades de financiamento público de uma empresa que não tem um problema estrutural mas tem um problema de tesouraria”, disse.

Em segundo lugar, Costa referiu que admitindo-se a necessidade de mobilização de capital privado, o Governo “podia-o ter feito através do aumento de capital em dispersão em Bolsa”.

“A terceira hipótese, que até admitimos, que recorresse à privatização até 49%. Tudo o que vá para além disto é algo que, do nosso ponto de vista, não dá garantias a Portugal e aos portugueses de solidez quanto ao futuro da TAP. É um erro que este Governo cometeu. Espero que este erro não tenha sido irremediável e que tudo ainda se possa reconduzir. O Estado em caso algum deve ter menos de 51% da empresa”, concluiu.

Situação grave na ciência

Já sobre o encontro com a comunidade científica, António Costa mostrou-se preocupado com “a situação grave que a ciência está a atravessar”, reafirmando que este sector é prioritário para o futuro do país.

O líder socialista disse ter recebido alertas de “preocupação” sobre a diminuição do número de alunos em matrículas do primeiro ano nesta instituição de Ensino Superior do Porto, entre outros aspetos.

“Esta ideia de que é necessário desinvestir na ciência na Universidade para investir na ciência nas empresas é não compreender que a ciência é das Universidades”, defendeu, salientando que a aposta deverá estar na criação de postos de trabalho nas empresas aproveitando os jovens licenciados.