Entregues as moções e candidaturas à liderança do PS
PS não se pode esgotar na ação governativa
António Costa afirmou que a sua recandidatura ao cargo de Secretário-geral do PS “visa mobilizar não só os socialistas mas o conjunto do país em torno dos grandes objetivos que temos e que estão expressos no Programa Nacional de Reformas”.
Segundo o primeiro subscritor da moção de estratégia nacional “Cumprir a Alternativa, Consolidar a Esperança”, esta é uma moção “que se foca no dever principal do PS que é honrar os compromissos com os portugueses, os seus parceiros de maioria parlamentar e os compromissos que assumiu na execução do programa do Governo”.
António Costa sublinhou que a moção que apresenta a Congresso “não fecha o PS para os grandes desafios que marcam o futuro da Europa” e que “reafirma as duas grandes batalhas do partido nos próximos anos: reforço das autonomias regionais e aprofundamento da descentralização como pedra angular da reforma do Estado”.
O recandidato à liderança do PS disse ainda que a sua moção procura dar continuidade á ideia de que “o PS não se pode esgotar na ação governativa, tem de ser o elo de ligação dos socialistas que estão no Governo com a sociedade no seu conjunto e um partido cada vez mais aberto, mais atrativo para os jovens de com maior capacidade de lidera os debates que se colocam na sociedade”.
Reforma do sistema político deve ser prioridade
“A reforma do sistema político deve ser prioridade”, designadamente através de uma nova lei eleitoral “com círculos uninominais e um de compensação nacional que estabeleçam uma relação mais direta entre os candidatos e os eleitores”, defendeu Daniel Adrião, primeiro subscritor da moção de estratégia nacional “Resgatar a Democracia”.
O candidato a Secretário-geral sustentou que “é preciso aprofundar a democracia interna no PS”, uma vez que, disse, se “assiste a uma erosão da base de apoio”, sendo necessário “reganhar a confiança das pessoas”.
Daniel Adrião defendeu que “é necessário mais democracia política” num país onde se vem assistindo desde as primeiras eleições livres em 1975 a um crescente abstencionismo. “Nas últimas eleições legislativas votaram 56% dos eleitores inscritos, enquanto nas europeias só votaram um terço dos eleitores”, disse.
Mas para além de “mais democracia política”, o candidato a líder do PS defendeu que é preciso também “mais democracia económica”.
E isto porque, frisou, “desde há vinte anos que se assiste a um aumento brutal das desigualdades” no país, dando como exemplo o facto de 48% dos portugueses viverem na pobreza antes dos apoios sociais. “É preciso mais justiça social”, defendeu.
O XXI Congresso Nacional do PS realiza-se entre os dias 3 e 5 de junho, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), estando as eleições diretas pelos militantes para o cargo de Secretário-geral marcadas para os próximos dias 20 e 21, período em que também serão eleitos os delegados à reunião magna socialista.