Em Nome da Dignidade
No plano europeu, marcando o sexagésimo aniversário do Tratado de Roma, 2017 começou com um debate complexo sobre se a UE tinha futuro, detonado pela pressão populista e nacionalista, e termina com agora com um debate bem mais estimulante sobre o futuro da UE, confrontando diferentes perspetivas sobre esse futuro.
Para esta mudança de cenário acontecer confluiriam diversos contributos. A incerteza gerada pela Administração Trump nos Estados Unidos da América e a incapacidade dos partidos populistas, nacionalistas e contrários ao projeto europeu liderarem governos nos maiores países da UE foram determinantes.
Não menos importante foi contudo a demonstração feita pelo governo português de que UE não é necessariamente sinónimo de austeridade, ausência de sensibilidade social e erosão de alternativas entre políticas que convergem no rigor no cumprimento dos Tratados. O sucesso do modelo alternativo de governação em Portugal teve um papel impulsionador relevante para recuperar o debate e a esperança no futuro da UE.
A decisão recente de aumentar o Salário Mínimo para 580 Euros, é pelo seu simbolismo um exemplo desse modelo de governação, em contraste com a recusa sistemática do governo anterior em atualizar o salário mínimo e as prestações sociais mais baixas, numa escolha ideológica feita em nome de uma narrativa falhada sobre a competitividade.
Com a atual governo tem sido possível fazer política social ativa e ao mesmo tempo crescer, criar emprego, reduzir o deficit e controlar a divida publica. Que 2018 continue a ser um ano de progresso em nome da dignidade. Feliz Natal para todos.