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Educação universal e de qualidade é garante no combate às desigualdades

Educação universal e de qualidade é garante no combate às desigualdades

Portugal tem de continuar a olhar para o setor educativo “universal e de qualidade” como uma das formas escorreitas de “combater as desigualdades”, designadamente as provocadas pelas constantes “mudanças tecnológicas”, defendeu ontem o primeiro-ministro, num encontro em Lisboa sobre educação e os desafios do futuro.

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Educação universal e de qualidade é garante no combate às desigualdades

Intervindo no encerramento da conferência sobre “A educação e os desafios do futuro”, encontro que decorreu durante dois dias na Fundação Calouste Gulbenkian, organizado pelo Conselho Nacional de Educação, o primeiro-ministro, que esteve acompanhado pelos ministros da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, considerou inevitável que a educação “universal e de qualidade” se especialize na tarefa prioritária de responder às desigualdades provocadas pelas constantes “mudanças tecnológicas”, sustentando que só com uma educação mais inclusiva será possível atingir este objetivo.

Segundo António Costa este é um desafio que não se coloca apenas e só a este ou a qualquer outro Governo, mas que atravessa e responsabiliza toda a sociedade de forma transversal, ao qual, de acordo com o chefe do Governo, “todos temos a obrigação de saber responder”, por forma a garantir que a educação seja também um instrumento ativo e eficaz no combate à diminuição das desigualdades sociais.

E isto, ainda na opinião do líder do Executivo, porque perante as “exigentes mudanças” tecnológicas em curso as oportunidades para se poder ter uma aprendizagem ao longo da vida e assim aumentar o conhecimento deve ser algo que “tem de estar aberto a todos”, para que mais pessoas tenham acesso a mais formação e a mais conhecimento, algo que só poderá ser atingido, como sustentou António Costa, através de uma “educação inclusiva e de qualidade”.

Só com base nestes princípios, como sustentou o primeiro-ministro, é que será possível vislumbrar a possibilidade de um número cada vez maior de portugueses poder manter e adquirir competências que lhes permitam participar plenamente na sociedade e gerir com sucesso as mudanças no mercado de trabalho”.

Inovação motor de desenvolvimento

Inevitável é que o país se compenetre da importância da inovação como “motor do desenvolvimento económico sustentável e inclusivo”, assumindo que uma população com maiores qualificações significa “uma cidadania mais ativa e uma correção das desigualdades”, prioridades que para o primeiro-ministro são fundamentais para que Portugal possa alcançar “uma nova década de convergência com a União Europeia”.

Para que este objetivo possa ser alcançado, segundo António Costa, o Governo vai avançar, pela sua parte, com três metas importantes que se propõe atingir até 2030, que passam, como aludiu, em primeiro lugar, por aumentar a participação no ensino superior dos jovens com 20 anos de idade dos atuais 40 para 60% e dos 34 para os 50% em relação aos jovens que têm entre os 30 e os 34 anos de idade, depois, outros dos objetivos, como referiu, é atingir um nível de investimento de 3% do produto em Investigação e Desenvolvimento (I&D) e, finalmente, garantir que “nove em cada dez portugueses até 2030 sejam utilizadores da Internet”.

O primeiro-ministro reiterou a importância da inovação como “verdadeiro motor de desenvolvimento” e fator de mobilização da sociedade para que as famílias “recuperem a confiança”, investindo na educação dos seus filhos, garantindo deste modo, como acrescentou, que “ninguém fique impedido de prosseguir com as suas qualificações por ausência de meios económicos”.

Já na parte final da sua intervenção, António Costa salientou a “importância do reforço da autonomia das escolas”, desiderato que em sua opinião está a “promover o desenvolvimento de competências no sistema educativo” e a resolver problemas “com espírito crítico”, recorrendo à “criatividade e à inovação”.
Defendendo a este propósito que uma escola que prepara o futuro “tem de ser uma escola que ensine a aprender e a preparar a aprendizagem, adaptando-se às novas realidades”.