Educação e ciência têm de ser apostas estratégicas persistentes
Para o primeiro-ministro, a educação e a ciência “têm de ser apostas estratégicas persistentes das políticas públicas”, considerando que a ideia de que Portugal tem licenciados em excesso “foi das mais dramáticas para o país”.
António Costa falava no final de uma visita que efetuou esta manhã às instalações da Farfetch, uma empresa que começou em 2008 por ser uma plataforma tecnológica e que hoje se afirma como uma multinacional do comércio eletrónico no setor da moda, com mais de dois milhões de clientes em todo o mundo espalhados pelos continentes americano, europeu e pela Ásia.
Reagindo a uma afirmação do presidente executivo da Farfecht, José Neves, segundo o qual a empresa que dirige “não se cansa” de procurar, cada vez mais, novos talentos, “onde quer que eles estejam”, o primeiro-ministro lembrou, a este propósito, que Portugal “tem de possuir uma política inteligente de imigração para atrair talento”, sem menosprezar, como acrescentou, um investimento igualmente forte e decisivo na educação e na ciência para que também em Portugal “se produza cada vez mais talento”.
Esta é a “chave do futuro do país”, defendeu o primeiro-ministro, não sem que antes tenha lamentado que ainda haja quem afirme que “temos licenciados a mais”, considerando a este propósito António Costa que esta tese, felizmente só defendida por franjas menos educadas da sociedade, é das “coisas mais dramáticas” que se têm ouvido ultimamente em Portugal.
Acompanhado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o primeiro-ministro foi taxativo quando afirmou que o problema não está em “termos licenciados a mais”, mas, pelo contrário, “é termos ainda, porventura, empregos qualificados a menos para os licenciados que produzimos”, aludindo que esta equação poderá ser solucionada em grande parte se o país apostar fortemente “no empreendedorismo e na cultura do risco”.
É preciso que haja mais ‘startups’
Mostrando-se convicto de que grande parte das ‘startups’ não vão conseguir atingir os níveis de qualificação e de sofisticação que foram alcançados pela Farfetch, o que não invalida que se aposte na criação de “muitas ‘startups’ para que surjam muitas Farfetch”, sustentou o primeiro-ministro, defendendo que o sistema empresarial português deve “perder o medo do risco e o medo de falhar”, porque quando se falha, como aludiu, “há que saber recomeçar, tentar de novo, insistir e não desistir, porque se formos persistentes, seguramente que conseguiremos ter sucesso”.