Eduardo Lourenço distinguido pela Academia Francesa
Estes prémios, criados em 1960 e atribuídos anualmente, destinam-se a personalidades francesas ou estrangeiras que tenham prestado serviços excecionais à divulgação da língua e da literatura francesa.
Considerado unanimemente como um dos maiores vultos da nossa cultura, Eduardo Lourenço de Faria nasceu em 1923 no concelho de Almeida, distrito da Guarda, tendo frequentado o curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi depois professor assistente.
Partiu para França em 1949, onde se encontra radicado até hoje, mas manteve sempre uma forte ligação a Portugal, escrevendo várias obras sobre a sociedade e identidade portuguesa.
Foi leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, e Montpellier, na França, depois professor de filosofia na Universidade Federal da Baía, no Brasil.
Também foi leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice.
Foi distinguido com vários prémios de ensaio e crítica, entre eles o Prémio Camões em 1996, e o Prémio Pessoa em 2011, e foi condecorado, em Portugal, com a Ordem de Sant’Iago d’Espada, e a Ordem do Infante D. Henrique.
Em França, recebeu a condecoração de Officier de l’Ordre de Mérite, Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres, e em Espanha a Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil.
Desde 1999 é administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, entidade que lançou em 2010 um projecto para a publicação de toda a sua obra.
O crítico e ensaísta português, que dirige a revista de reflexão política “Finisterra”, desde há longos anos, é um dos cinco distinguidos com este prémio, a par do suíço Jean Paul Barbier-Mueller, a Allaince Française em Abu Dabi, a italiana Elena Fumagalli e a libanesa Mona Makki-Gallet.