Economia portuguesa está em linha com a evolução da economia europeia
Falando ontem aos jornalistas, à saída do quartel da Pontinha, no concelho de Odivelas, onde presidiu à cerimónia de encerramento de mais um curso de formação de 500 novos elementos do Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro da GNR, o primeiro-ministro reagiu aos dados da estimativa rápida divulgada pelo INE, segundo a qual o PIB, em termos homólogos, aumentou 2,1% em volume no primeiro trimestre de 2018, depois de no trimestre anterior a economia nacional ter registado um crescimento de 2,4%, dados que não apanharam António Costa desprevenido, lembrando o primeiro-ministro que o Governo já antevia, para este ano, “um menor ritmo de crescimento da economia” portuguesa, em “linha com a evolução da economia europeia”.
Nada que não possa ser corrigido, como defendeu o primeiro-ministro, afirmando que “tem a expetativa”, com o trimestre que já decorre, que a economia portuguesa “venha de novo a crescer” e apresentar “um melhor resultado”, lembrando que “há dois indicadores” estruturais que levam o Governo a sustentar esta tese: o facto de logo no primeiro trimestre o investimento ter registado um crescimento significativo, e a constatação de que houve uma evolução das contribuições para a Segurança Social, o que induz, claramente, que há, por um lado, uma clara “redução do desemprego”, e, por outro lado, uma sustentada “criação de emprego” que continua “bastante acelerada”.
Em qualquer caso, salientou ainda o primeiro-ministro, a estimativa do Governo para 2018 prevê “um ritmo de crescimento da economia portuguesa menor do que a que foi registada o ano passado”, em linha, como reforçou, “com aquilo que acontece na economia europeia”.
Indústria metalomecânica
Intervindo horas depois no Porto, na conferência ‘Metal 4.0’, sobre sustentabilidade, crescimento e inovação, encontro que decorreu na Fundação Serralves, o primeiro-ministro, depois de lembrar que a indústria metalomecânica é o “principal setor exportador português”, lamentou que o setor continue a lutar com uma “preocupante falta de mão de obra especializada”, cerca de 20 mil trabalhadores a menos, afirmando que este é um setor “absolutamente crucial” para o futuro do país.
António Costa não quis nesta sua intervenção deixar de recordar a importância de outros setores que muito têm igualmente contribuído para o aumento sustentado das exportações portuguesas, como a indústria do têxtil ou a do calçado, entre outras, sublinhando, contudo, que são as cerca de 20 mil empresas metalomecânicas e os seus 350 mil trabalhadores que têm assumido o primeiro e destacado lugar nas exportações nacionais, com um volume de 6,5 mil milhões de euros.
Depois de lembrar que a fileira da metalurgia e da metalomecânica cresceu no primeiro trimestre deste ano, em exportações, cerca de 14%, o primeiro-ministro alargou a sua análise à importância das restantes empresas nacionais com vocação exportadora, afirmando que Portugal, de 2005 até 2017, “alterou profundamente o seu perfil”, tendo as exportações passado de “27 para 45% do PIB”, com a ambição que as exportações alcancem em meados da próxima década, como aludiu, 50% do produto.
A importância que as exportações representam para o crescimento da economia portuguesa não impediram que o primeiro-ministro reafirmasse que a prioridade é “continuar a apostar na qualificação dos recursos humanos”, tendo a este propósito António Costa salientado que esta tem sido a “chave da mudança” do país.