“É preciso fazer o que ainda não foi feito”
Isto mesmo foi o que afirmou aos jornalistas esta manhã durante a visita que efetuou às obras na linha que liga a Beira Baixa à Beira Alta, da Covilhã até à Guarda, garantindo o primeiro-ministro que uma das prioridades do Governo que lidera é a ferrovia, sendo agora preciso, como salientou, “correr atrás do prejuízo” e fazer o que “ainda não foi feito”, socorrendo-se aqui de uma mensagem contida numa música de Pedro Abrunhosa.
Segundo o primeiro-ministro, o investimento que o Governo está a fazer no transporte ferroviário, através do Ferrovia 2020, programa que envolve um valor de dois mil milhões de euros, vai ajudar, não só a “tornar a economia nacional mais competitiva”, como contribuir para “valorizar o interior do país”, sustentando António Costa que, das duas prioridades fundamentais que o país tem de resolver, a “internacionalização da sua economia e valorização dos territórios do interior”, o investimento na ferrovia “cumpre simultaneamente estes dois objetivos”.
Para António Costa, o atual Governo, também no âmbito da ferrovia, está a “realizar obra”, referindo que se “as coisas não estão melhores” é porque houve um desprezo e uma ausência muito grande de investimento nas últimas décadas na ferrovia.
Acompanhado pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, o primeiro-ministro depois de referir que o Governo em matéria da requalificação e da modernização da ferrovia “não está parado”, ao invés do que sucedeu, como aludiu, durante décadas em que o país “andou concentrado na rodovia”, garantiu que com esta “mudança de paradigma” introduzida pelo seu Governo está aberto a nível nacional um grande consenso sobre a necessidade de uma aposta forte na ferrovia, algo com que, asseverou, “só me posso regozijar”.
Uma das explicações encontradas pelo primeiro-ministro, António Costa, para exemplificar o envelhecimento e um certo abandono em que se encontra grande parte do sistema ferroviário nacional pode ser explicado pela linha que vai voltar a ligar a Covilhã à Guarda, “que estava encerrada há dez anos”, lembrando que se tivesse havido um trabalho anterior, quer no que diz respeito à obra, quer à aquisição de material circulante, “hoje as queixas seriam certamente menores” ou mesmo inexistentes.