É o país que tem pressa em ter um Governo que o poupe à incerteza
Comentando o compasso de espera entre o chumbo na Assembleia da República do Programa do Governo de direita indigitado – o que resultou na sua demissão – e a nova decisão do Presidente da República, Carlos César, lembrou que esta incerteza tem gerado inquietação não só a nível interno, mas também a nível internacional, nomeadamente europeu.
“O país não pode ficar em silêncio e o debate político ser simplesmente subtraído só porque o Presidente da República está a pensar”, lembrou o dirigente socialista, sustentando que as opiniões que se debatem em praça pública podem e devem ajudar Aníbal Cavaco Silva a tomar “rapidamente” uma decisão que poupe o país de mais incerteza, pois esta, frisou, “tem prejudicado claramente a nossa imagem no exterior”.
Recordando que o desconforto gerado pelo impasse político que Portugal atravessa também tem reativado crispações internas, Carlo César deixou, porém, bem claro que “o PS não tem pressa de chegar ao poder. É o país que tem pressa de ter um Governo com plenos poderes”.
Para o presidente do PS, não se justifica o adiamento de uma decisão que afeta negativamente o país.
E a decisão presidencial mais lógica, defende o presidente do PS, é a indigitação de António Costa como primeiro-ministro, uma vez que está assegurada, com o Partido Socialista, uma alternativa de governo estável, com apoio de uma maioria parlamentar.