É inaceitável que haja cortes no Orçamento comunitário
Na entrevista que deu este fim de semana ao Diário de Notícias, o primeiro-ministro dedicou também uma especial atenção à União Europeia e ao conjunto de reformas e das “muitas ideias” que o Governo português tem vindo a defender no seio da Europa, como é o caso da “reforma da zona euro”.
Para António Costa é necessário que os países da União Europeia entendam e patrocinem as teses defendidas pelo Governo português, teses também sustentadas, entre outros, pelo Presidente francês, Emanuelle Macron, que tem dado, neste como em outros aspetos, um “valioso contributo”, designadamente, para a necessidade de se avançar com a reforma do euro, aumentando a capacidade orçamental da União Europeia, “porque não há nenhuma união monetária no mundo que não tenha uma capacidade orçamental própria”, e com o reforço e aprofundamento de domínios como a segurança e a defesa, reformas que, na opinião do primeiro-ministro, António Costa, ajudarão a que a zona euro possa funcionar de uma forma “mais harmoniosa combinando as boas ideias de uns com as de outros”.
Contudo, o primeiro-ministro português, rejeita em absoluto, considerando mesmo como “uma medida inaceitável”, que a União Europeia possa aprovar a proposta avançada pela Comissão Europeia de um corte de 10 a 15% nos fundos de coesão e na PAC, sustentando António Costa que a Europa tem é de se preparar para responder aos “choques assimétricos” e de encontrar os mecanismos para “financiar medidas concretas que reforcem a convergência económica”, porque só seguindo este princípio é que haverá uma “efetiva ajuda à estabilização da zona euro”.
Relações com EUA e Angola
Nesta entrevista António Costa referiu-se ainda às relações de Portugal com os Estados Unidos da América e com Angola, dois países que o primeiro-ministro considera muito importantes, garantindo que não tem por hábito confundir “os países com aqueles que, circunstancialmente, os governam”, pretexto para aludir ao facto de, em sua opinião, os EUA serem há muito “um aliado fundamental” no quadro da Aliança Atlântica e um parceiro económico, “espero que cada vez mais” importante para a economia portuguesa.
Quanto a Angola, o primeiro-ministro, depois de se congratular com o “novo ciclo político” resultante da eleição de João Lourenço para a presidência da República, assumiu que, neste curto espaço de tempo, Angola “tem dado sinais importantes e esperançosos para a evolução do país”, lembrando, todavia, que Portugal e Angola “estão inevitável e desejavelmente ligados entre si”, pelo que é necessário, como sustentou, que Portugal “nunca perca de vista que mais incidente menos incidente, mais irritante menos irritante”, Angola será sempre “um parceiro insubstituível”, havendo por isso que manter uma “muito boa relação a nível político e a nível económico com Angola”.