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Doação de espólio de Saramago é “homenagem à liberdade”

Doação de espólio de Saramago é “homenagem à liberdade”

António Costa considera que a doação do espólio de José Saramago à Biblioteca Nacional é uma “homenagem à liberdade” e representa um ato de coragem porque “é a violação total da privacidade”.

“Tornar público um espólio é um ato de grande coragem porque é a violação total da privacidade”, disse o primeiro-ministro no encerramento da cerimónia de doação do espólio de José Saramago à Biblioteca Nacional, que decorreu esta tarde em Lisboa.

Lembrando que tudo fica visível, desde as hesitações e correções da escrita às notas das agendas, passando pela correspondência, António Costa considerou também que a doação do espólio do Prémio Nobel da Literatura, há exatamente 18 anos, tem dois significados.

“É uma homenagem à Biblioteca Nacional, e ao papel de todas as bibliotecas, mas tem também um segundo significado”, disse o primeiro-ministro, lembrando a época da censura prévia à publicação de livros e artigos de jornal.

“José Saramago pertenceu a uma geração a quem a escrita foi muitas vezes reprimida, a quem o Estado quis calar e censurar, libertar o espólio, doando-o à Biblioteca Nacional, é uma última homenagem à liberdade”, vincou António Costa.

A divulgação do espólio torna público “o que está hoje publicado, mas também o que até agora estava nas gavetas; é um bom ato de libertação e é um grito pela liberdade”, concluiu o chefe do Governo.