Do Governo 3 – Acção Cultural Externa
Assumida pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, Cultura e Ciência, em ligação obrigatória com um conjunto vasto de departamentos de outros ministérios, a acção cultural externa visa a afirmação da marca Portugal em universos que tinham ficado muito longe das políticas mais robustas como sejam as exercidas pelo Ministério da Economia.
Se o Instituto Camões se consagra, há muito, em programas de afirmação da língua e cultura portuguesas, se a associação a este ente das opções de cooperação também passaram a incorporar uma parte, mesmo que ainda reduzida, da acção cultural externa, o que releva é a chamada dos departamentos da cultura, da ciência e da inovação para uma ordem de prioridades comum, para uma visão integrada.
A estratégia não cumpre só o objetivo da saída, de levar Portugal por aí. Ela tem, também em vantagem, quando comparamos com outras espécies passadas, o condão de trazer o Portugal que existe em cada canto, de o incorporar, de o fazer rede.
As linhas de rumo estão bem traçadas, mesmo que me pareça que falta métrica para a concretização e para a avaliação. E talvez falte, também, uma coordenação mais afirmada, mais nítida em consequência, mais motivadora em resultados.
Quando olhamos para a estratégia notamos uma falha que nos parece ser relevante e que importa resolver – o marketing do produto. Por esse mundo fora é cada vez mais importante o que se sabe que existe, mesmo que seja pouco, do que o que não se conhece, mesmo que seja muito. Ora, a revisão da estratégia para 2019 deve ponderar a chancela, o proprietário, o orçamento global público e privado, os incrementos e a avaliação.
Estas linhas menores que aqui se indicam desvalorizam o todo, a ideia e a sua concretização? De todo. Estas linhas encontram a vontade de ir mais além. Em boa verdade é também por aqui que se faz a frente externa do Portugal universal em que nós queremos afirmar.