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Diversificar mercados, atrair investimentos e estreitar relações

Diversificar mercados, atrair investimentos e estreitar relações

Num momento de viragem da economia portuguesa, o primeiro-ministro considera “muito importante” diversificar os mercados e estreitar relações. Em Doha, durante a visita oficial de um dia ao Qatar, António Costa defendeu ser preciso “aproveitarmos este momento para atrairmos novos investimentos”, referindo as visitas à China, à Índia e agora ao Qatar como englobadas neste objetivo.

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Diversificar mercados, atrair investimentos e estreitar relações

Nos encontros que o líder do Governo português manteve com o Emir do Qatar, Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, e com o seu homólogo, Abdullah bin Nasser bin Khalifa Al Thani, que foram sobretudo de ordem política, preparou-se a visita do Emir a Portugal e sinalizaram-se as áreas de cooperação económica e de oportunidades de investimento que existem.

“Estamos a trabalhar para a que a visita do Emir em 4 e 5 de julho possa já ser coroada com a concretização de várias destas perspetivas”, adiantou António Costa, sublinhando que “foi muito interessante ver o grande interesse que o Qatar tem neste momento em investir em Portugal”.

Esse interesse, acrescentou, “dirige-se sobretudo aos setores da agricultura, das infraestruturas e do imobiliário, mas também incide em «reestruturações empresariais e do sistema financeiro”.

Voos diretos em 2018

Espera-se que este aprofundar de relações entre Portugal e o Qatar crie condições para a expansão de negócios de empresas portuguesas nas áreas do turismo, da construção, das obras públicas, do agroalimentar, da energia e da saúde.

Até ao momento o Qatar tem feito alguns investimentos em Portugal, nomeadamente no setor da energia, dos aeroportos e do turismo, e há empresas interessadas em usar Portugal como plataforma para negócios na Europa e na América do Norte.

No processo de expansão das relações entre os dois países, está previsto que em 2018 passe a haver um voo direto entre Lisboa e Doha, da Qatar Airways.

O Primeiro-Ministro foi acompanhado pelo secretário de Estado para a Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, e pelo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Luís Castro Henriques.

Na ocasião, António Costa fez notar também o interesse do Estado português em diversificar os credores de Portugal para reduzir os elevados encargos da dívida pública, através de, entre outros métodos, a procura de novos investidores, para obter “melhores condições de mercado”.

Segundo o chefe do Executivo português, a melhor forma de “reduzir os custos da dívida para o dia-a-dia dos portugueses e de se libertarem recursos para onde é necessário investir passa pela existência de uma gestão ativa da dívida”.

Promoção da língua portuguesa

Ao visitar a Fundação Qatar, António Costa proferiu um discurso com particular incidência no valor estratégico da comunidade de países de língua portuguesa e sobre as potencialidades económicas que esse fator linguístico tem.

Depois, participou na cerimónia do Dia da Língua Portuguesa na Universidade Hamad Bin Khalifa, onde agradeceu o empenho da universidade no curso de português, iniciado este ano e já com 164 inscritos, não só portugueses, mas também goeses lusodescendentes e outras nacionalidades.

A visita de um dia ao Qatar terminou com uma receção à comunidade portuguesa, que o primeiro-ministro disse ser a imagem do Portugal moderno e das potencialidades económicas que transcendem o seu mercado interno de 10 milhões de habitantes.

Refira-se que no Qatar há cerca de 1500 portugueses, na sua maioria jovens quadros, que exercem funções de gestão ou estão em empresas ligadas a novas tecnologias.