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Discurso populista e discriminatório não é digno de um Estado democrático

Discurso populista e discriminatório não é digno de um Estado democrático

O Secretário-geral do PS, António Costa, afirmou ontem em Loures uma mensagem política forte em defesa dos valores do Estado democrático, repudiando o discurso do PSD na candidatura a esta autarquia, que definiu como “uma estratégia populista” e perigosa.

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Intervindo no jantar-comício de apoio à candidata do PS à Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão, o líder socialista criticou veementemente o maior partido da oposição por apresentar neste município do distrito de Lisboa um candidato que “não é digno de um Estado democrático”. 

Para António Costa, não só pelo candidato que o PSD apresenta em Loures, mas também pela postura que o partido tem vindo a assumir nesta campanha eleitoral a nível nacional, onde “perdeu todo o sentido de Estado”, que o PSD, segundo o líder socialista, “ já não é o partido que os portugueses conheceram”.  

Na opinião do Secretário-geral socialista, o PSD, que “nos habituamos a respeitar” enquanto um dos partidos fundadores da vida democrática, tem andado “perdido no discurso do diabo”, não resistindo, por isso, segundo António Costa, “à tentação de ensaiar uma nova estratégia” e fazer de Loures um “balão de ensaio” para uma tática “populista que aposte no medo e na insegurança para atrair votos”.  

Um exemplo do grau zero a que chegaram os critérios democráticos do PSD, segundo António Costa, é quando escolheram para seu cabeça de lista no concelho de Loures um candidato que defende a prisão perpétua, que afirma que não lhe choca a pena de morte e que não “hesita em explorar os preconceitos raciais na tentativa de ganhar votos à custa da discriminação”.

Respeito pelas instituições do Estado

O Secretário-geral socialista teve ainda ocasião para criticar a postura “indigna” do PSD, nomeadamente em relação ao incêndio que este verão aconteceu em Pedrógão Grande, lamentando que o maior partido da oposição, por outro lado, se “permita fazer uma campanha eleitoral de ataque às instituições fundamentais” do Estado, como o mais recente que desferiu contra a dignidade das Forças Armadas.

Que partido é este, perguntou o líder socialista, que “põe em causa as Forças Armadas” ao exigir que o Governo intervenha no processo do furto de armas em Tancos, processo que está no ministério público, como acentuou, “como se não houvesse em Portugal separação de poderes?”.

A este propósito o Secretário-geral do PS lembrou que “o próprio diretor do Jornal Expresso” já veio a público “desmentir que afinal não há qualquer relatório oficial dos serviços de informação a acusarem quem quer que seja”, mostrando-se por isso expectante em saber se o PSD vai continuar a insistir com o Governo para que apresente na Assembleia da República “um relatório que desconhece” e que, como tudo leva a crer, “foi fabricado”, mas que “pelos vistos só o PSD sabia que existia”.

Dar mais força ao PS

Para António Costa “factos são factos”, percebendo-se por isso, como assinalou, a desorientação e o descontrolo em que se encontram os partidos da direita, “sobretudo o PSD”, face aos êxitos que o Governo tem vindo a alcançar, lembrando a este propósito o “crescimento económico, o défice mais baixo da história da democracia, a criação de mais de 200 mil novos postos de trabalho”, sendo a maioria deles, como sublinhou, “contratos definitivos e não a prazo, ou seja, trabalho de qualidade”.

O PSD disse António Costa, “ao perder o diabo, ficou perdido”, apelando a que, nesta reta final da campanha eleitoral, o partido e o seu líder “mudem de rumo” e passem a fazer uma campanha com as suas ideias e os seus candidatos, lembrando o secretário-geral do PS que o maior partido da oposição conta nas suas fileiras “com excelentes autarcas” pelo que seria “injusto para estes verificar que o rumo que o partido e o seu líder têm seguido era para manter”.

Na sua intervenção o líder socialista reiterou o que há muito vem defendendo, que é necessário “dar mais força ao PS” nestas eleições autárquicas, porque só assim, como adiantou, será possível dar “continuidade ao novo ciclo político iniciado no país há dois anos”, com o Governo do PS, apoiado parlamentarmente à esquerda.

Trazer o metro para Loures

Neste jantar-comício também a candidata do PS à Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão, interveio para, depois de apontar várias críticas à gestão autárquica da CDU, pedir ao secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, que faça tudo o que puder para “trazer o metropolitano para Loures, garantindo que com a sua liderança, a câmara municipal “tudo fará para ajudar o Governo a concretizar esta obra”.

“Não faremos manifestações nem petições, isso é o método da CDU”, garantiu Sónia Paixão, que aproveitou a ocasião para dirigir várias críticas à gestão autárquica em Loures do presidente comunista Bernardino Soares, que acusou de ter “destruído” o trabalho social que os socialistas fizeram nos mandatos anteriores, responsabilizando a CDU por ter aumentado “o sentimento de insegurança”.