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Direita não sabe fazer contas e apresenta proposta aventureira

Direita não sabe fazer contas e apresenta proposta aventureira

Um Governo que, quatro anos depois de tomar posse, “apresenta défices na ordem dos 7,3% e 5,4% não sabe fazer contas”, acusou o coordenador do cenário macroeconómico do PS, Mário Centeno, desafiando a coligação de direita a concentrar-se na apresentação das suas contas antes de criticar de forma “pueril” o programa económico socialista.

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Governo faz exercício de cosmética

“A coligação não fala das suas contas porque não as tem. Foi também por isso que a UTAO   Unidade Técnica de Apoio Orçamental colocou reservas ao programa de estabilidade e é por isso que continuam a errar na leitura que fazem das contas do programa eleitoral do PS”, afirmou Mário Centeno.

O também candidato pelo PS às legislativas reagia às afirmações do líder da bancada social-democrata, Luís Montenegro, que desafiou os socialistas a explicar como as portagens podem financiar a segurança social, e do ministro e dirigente do CDS, Pedro Mota Soares, que disse que as propostas do PS vão fazer disparar o défice.

Para Mário Centeno, “um Governo que, quatro anos depois de tomar posse, apresenta défices na ordem dos 7,3 e 5,4% não sabe fazer contas. A redução do défice face a 2011 é de 0,1%. Ao contrário do que diz o primeiro-ministro, a despesa da administração central subiu no primeiro semestre 2,7% e os impostos sobem porque não são feitos os reembolsos. Assim, com o dinheiro dos outros, é fácil”.

O PS, sublinhou, já demonstrou “que uma outra política gera mais crescimento mais investimento, e garante o cumprimento das metas orçamentais”, apelando à coligação de direita de, “antes do falar dos números do PS, falar dos seus, se conseguir”.

É que, explicou, “depois de quatro anos de ataque à Segurança Social, que continua no programa de estabilidade com os 600 milhões de euros de corte nas pensões, e no programa eleitoral com o plafonamento e a descapitalização da Segurança Social, é natural que a coligação não perceba o que é respeitar os compromissos com os portugueses”.

Ao contrário da direita, referiu Mário Centeno, “o PS tem um conjunto de medidas que promovem o emprego, ao mesmo tempo que garantem a sustentabilidade da Segurança Social, fazendo crescer os salários e as receitas da Segurança Social através de fontes de receita adicionais que estão todas identificadas no programa eleitoral”.

“A dra. Maria Luís Albuquerque não leu os documentos mas comentou. Se o dr. Montenegro e o dr. Mota Soares leram, ainda não sabemos, mas não perceberam. O respeito do programa eleitoral do PS pelos portugueses está acima destas intervenções pueris”, acrescentou.

Coligação quer colocar dinheiro das pensões em jogos da Bolsa

Por sua vez, o deputado socialista João Galamba acusou a coligação PSD/CDS de “distorcer” de forma “grosseira e desonesta” a proposta do PS relativa à utilização do dinheiro do Fundo de Estabilização da Segurança Social, acrescentando que esta é uma matéria “demasiado importante” para estar entregue à chicana política e a argumentações rasteiras e desonestas por parte da coligação”.

João Galamba reagia às afirmações do dirigente do PSD Marco António Costa, que acusou o PS de pretender usar parte do dinheiro do Fundo de Estabilização da Segurança Social, para fazer obras de construção civil, no âmbito da reabilitação urbana.

O secretário nacional do PS disse que a afirmação de Marco António Costa é “falsa”, alertando, uma vez mais, que a coligação PSD/CDS-PP pretende entregar o dinheiro da Segurança Social a Fundos de Seguros privados e colocar “o dinheiro das pensões dos portugueses em jogos da Bolsa”.

João Galamba salientou que o PS, ao contrário do aventureirismo da direita, em vez de investir esse dinheiro na Bolsa em ações e obrigações, pretende investir esse dinheiro em ativos imobiliários que “já são da Segurança Social”, valorizando deste modo o património que pertence à Segurança Social.

Com esta medida, frisou, o PS fomenta políticas públicas de habitação, de rendas controlada, à semelhança do que foi feito no passado no bairro dos Olivais.

Ou seja, explicou, “não se trata de gastar dinheiro, mas de reinvestir esse dinheiro no património da própria Segurança Social”.

João Galamba disse ser falso que a proposta do PS crie um buraco de 14 mil milhões de euros, acusando a coligação PSD/CDS de ter uma proposta “aventureira e irresponsável” para o sistema de pensões que passa pela privatização.