Carlos César falava, ontem, no final da cerimónia comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que teve lugar em Lagos, distrito de Faro, numa ocasião em que sublinhou a importância de não ignorar sinais de “derivas ditatoriais” que, avisou, “não resolvem qualquer problema dos cidadãos”.
As declarações do também líder interino do PS surgiram na sequência do discurso da comissária das comemorações deste ano, a escritora e conselheira de Estado Lídia Jorge, que alertou para o perigo do racismo, da desumanidade e do revisionismo histórico.
“É importante que haja firmeza pedagógica e política para não dar caminho a tendências totalitárias – tendências que, infelizmente, pululam atualmente, também no nosso país”, afirmou Carlos César, que esteve acompanhado pelo líder da bancada parlamentar socialista, Pedro Delgado Alves, reforçando que a atenção a esses fenómenos deve ser responsabilidade não apenas dos políticos, mas de toda a sociedade portuguesa.
Questionado sobre uma possível “revisão dos extremos” na cena política nacional, referida por Lídia Jorge, o Secretário-Geral interino socialista alertou para os riscos de confundir a legítima insatisfação com os problemas por resolver com o apelo a soluções antidemocráticas.
“As derivas totalitárias adensam a angústia e a inaptidão do Estado no seu relacionamento com os cidadãos”, frisou, defendendo que a única via legítima para resolver os problemas da população é através de uma governação eficaz e democrática.
Ao concluir as suas declarações aos jornalistas, César reafirmou que “não há nenhum regime alternativo à democracia que respeite as pessoas e que possa ser a sede própria de resolução dos problemas dos cidadãos”.
As comemorações do Dia de Portugal, marcadas este ano por uma forte carga simbólica e política, decorreram com a presença de várias figuras do Estado e da sociedade civil, tendo sido centradas na defesa dos valores democráticos e na reflexão sobre os desafios que o país enfrenta.