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Devolver esperança ao país após quatro anos de devastação

Devolver esperança ao país após quatro anos de devastação

“O descaramento foi mesmo a única área que ficou isenta de impostos nos últimos quatro anos”, afirmou o líder da bancada do Partido Socialista durante o debate quinzenal, que ontem decorreu na Assembleia da República.

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Devolver esperança ao país após quatro anos de devastação

Carlos César levou ontem ao debate quinzenal no Parlamento, o primeiro de António Costa como primeiro-ministro, um rol de números negros sobre os efeitos da austeridade para provar que “o país da propaganda eleitoral do anterior Governo de direita, no verão passado, não existe nem nunca existiu”.

Perante a herança deixada nestes últimos quatro anos pela direita, defendeu o líder da bancada e presidente do PS, o novo Governo liderado por António Costa tem agora pela frente a enorme tarefa de acrescentar mais justiça “onde nos deixaram mais desigualdade”, dar mais esperança, “onde nos deixaram mais desolação”, e empregar “melhores meios para atingirmos melhores fins”.

É perante a emergência de alterar a realidade deixada pelo anterior Governo, que “fico espantado”, disse Carlos César, com a posição dos partidos que apoiaram o anterior Governo, quando falam do “presente como se fosse outro, ou do futuro como se assim o tivessem pensado no passado”.

Pelos vistos o “descaramento”, acrescentou, “foi mesmo a única área isenta de impostos” na governação da direita nos últimos quatro anos, “que mais não fez do que prosseguir políticas de cortes e mais cortes, quer no plano financeiro, social e económico”.

Cortes que foram feitos “não importa com que razões nem com que consequências”, insistindo o anterior governo em não ouvir as críticas do PS, quando alertava que o “resultado desta política só poderia originar mais pobreza para as pessoas e para as famílias”, mas também o “enfraquecimento do tecido empresarial e na destabilização do setor financeiro”.

Inverter devastação económica e social

As perguntas, que hoje deviam ser feitas pela direita, insinuou Carlos César, é como é que o Governo liderado por António Costa conseguirá inverter a “devastação económica e social que a anterior maioria de direita deixou ao país”, recordando que a situação herdada não deixa margem para dúvidas quando “não se cumpriram as metas prometidas do défice de 2,7% do PIB e nos deparamos com dificuldade para cumprir os almejados 3%”.

Carlos César lembrou ainda que a dívida está acima dos 128% do produto, “acima mesmo de todas as previsões incluindo as defendidas pelo anterior Governo”, com o PIB per capita português, “apesar do decréscimo populacional”, a colocar Portugal na cauda da zona euro, com o país a “divergir da União Europeia, em vez de estar a convergir”.

Por outro lado, salientou, os portugueses deparam-se hoje com a maior carga fiscal de que há memória, com a economia e o investimento a regredirem aos valores dos anos 80 do século passado e com o investimento em ciência, investigação e no desenvolvimento a conhecer o seu “mais baixo registo em toda a Europa”, nos últimos quatro anos.

Também o desemprego mereceu uma referência do líder da bancada do PS, acusando o anterior Governo de ser o responsável por Portugal ter hoje a terceira taxa mais elevada de desemprego dos países da OCDE, tendo sido o país, no conjunto dos 28 de União Europeia, como sublinhou, “aquele que mais emprego destruiu nos últimos quatro anos”.

Para Carlos César é lamentável que Portugal tenha hoje perto de três milhões de pessoas em risco de pobreza, que tenha praticamente duplicado o número de pessoas a auferir o salário mínimo nacional e que as prestações sociais, como o complemento social de idosos ou o rendimento social de inserção, “tenham sido retiradas às famílias mais necessitadas”.

É este o passado e o legado que a direita deixa aos portugueses, aludiu Carlos César, defendendo que é para “virar esta página” e para “reverter esta realidade” que o Governo liderado por António Costa está a trabalhar”, na convicção de “devolver a esperança, a qualidade de vida e o bem-estar aos portugueses”.