Devolução de rendimentos foi estruturante para o crescimento da economia portuguesa
Intervindo num colóquio organizado em Lisboa pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, o primeiro-ministro começou por salientar que foi sobretudo graças ao dinamismo da iniciativa privada e das exportações que a economia nacional desfruta hoje, depois de um período de retrocesso na anterior legislatura, de um claro crescimento e de um destaque internacional que permite vislumbrar resultados futuros “muito positivos”.
Para que hoje a economia tenha alcançado patamares de crescimento há muito desconhecidos em Portugal, foi determinante, ainda segundo António Costa, que o Governo tivesse desde logo procedido à devolução de rendimentos, medida que em muito contribuiu, como aludiu, para que voltasse a haver confiança dos consumidores, de quem investe, mas também de quem cria emprego.
Acompanhando esta realidade, acrescentou ainda o primeiro-ministro, verificou-se que o incremento da confiança trouxe consigo também maiores níveis de investimento que permitiram às empresas “aumentar a sua capacidade de competir internacionalmente e de aumentar sempre a quota de mercado ao longo destes quatro anos”, o que permitiu que tivesse havido uma “trajetória de convergência” com a União Europeia, quer em 2017, 2018, mas também em 2019, tudo apontando, como indicam “todas as previsões”, que este cenário se mantenha nos próximos anos.
Quanto ao futuro, o primeiro-ministro mostrou-se otimista, garantindo que o país está hoje mais e “mais bem preparado” para poder enfrentar um hipotético cenário de crise, frisando que a estabilidade do quadro macroeconómico nacional permite garantir que Portugal está agora mais bem equipado para enfrentar eventuais riscos trazidos por uma crise internacional, enumerando a este propósito, designadamente, as “evoluções positivas dos saldos primários, a redução da dívida pública e a melhoria das notações das agências de rating”.
António Costa referiu-se ainda, entre outros fatores, à circunstância de nesta legislatura se ter aumentado em “22 anos o quadro de estabilização da Segurança Social”, à redução do nível de endividamento das famílias, mas também das empresas, que passaram a dispor, como acentuou, de uma maior autonomia financeira e, ainda, pelo facto de ter havido uma “estabilização do sistema financeiro”.
Mais investimento e inovação
Outra das garantias deixadas pelo primeiro-ministro nesta conferência tem a ver com a maior capacidade de investimento que hoje existe em Portugal, tanto “no setor privado como no setor público”, para atuar em “situação de crise económica”, recordando que seja qual for o quadro de evolução económica que se venha a verificar “não vai comprometer a capacidade do Estado em prosseguir os investimentos que tem em carteira”, que podem atingir, como lembrou, os 10 mil milhões de euros, assinalando ainda que o Estado nesta legislatura avançou com medidas que têm ajudado ao “fortalecimento da posição das empresas no estrangeiro”.
António Costa destacou ainda a determinante ajuda do Governo na criação de instrumentos tão relevantes como o Programa Capitalizar, o Indústria 4.0 ou a criação dos Laboratórios Colaborativos referindo, por outro lado, que os recursos a fundos comunitários “estão a ser cada vez mais bem aproveitados”, tanto nos já tradicionais como “em novos fundos dedicados à inovação, transição energética, investigação e desenvolvimento e ciência”.