Desistência do PSD demonstra bem a instrumentalização da tragédia
Pedro Delgado Alves considerou “inaceitável que, perante uma tragédia da qual resultaram 64 mortos e um número significativo de feridos, que causou prejuízos materiais elevados, se procure fazer um aproveitamento político”.
Para o dirigente socialista, “ao longo dos últimos dois ou três dias, infelizmente o PSD e o CDS têm procurado, em relação a um assunto que é particularmente claro e transparente, criar especulação em torno de uma grande tragédia nacional, numa tentativa de marcar pontos politicamente”.
O deputado do PS sublinhou que com a divulgação da lista de vítimas mortais pela Procuradoria-Geral da República “ficou clara a identificação de todas as pessoas que, infelizmente, perderam a vida”. Esta lista, acrescentou, esteve sob segredo de justiça e a PGR “foi particularmente clara na identificação” quando chegou o momento em que seria possível divulgá-la.
Carlos César lamenta “imoralidade”
Também o presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, criticou a posição do PSD ao insistir na divulgação da lista nominativa de vítimas mortais de Pedrógão Grande, acusando os sociais-democratas de uma “inacreditável imoralidade”.
Através de uma publicação na sua conta nas redes sociais, Carlos César registou que a Procuradoria-Geral da República confirmou, com a divulgação da lista, o que o Governo já havia dito, ou seja, que houve 64 vítimas mortais no incêndio de Pedrógão Grande.
“Mas, para o PSD, não era desgraça suficiente? É inacreditável a imoralidade desses dirigentes políticos, para a qual tudo – sim, tudo – parece valer para esgrimir, alarmar e usar o sofrimento alheio”, lamentou.
“Que gente”, chegou mesmo a escrever o presidente da bancada do PS.