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Desfazer

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A direita parlamentar e alguns líderes de opinião que lhe são próximos têm vindo a insistir na ideia de que o Governo em funções se tem especializado mais em desfazer do que em fazer. Trata-se de um “sound bite” intrinsecamente falso e que procura desviar a atenção de um facto chave.

Opinião de:

Desfazer

O Governo está a cumprir o seu programa e o seu programa é muito claro na necessidade de mudar as políticas de austeridade e empobrecimento que enfraqueceram Portugal no plano social e económico e não ajudaram a consolidar as contas públicas. Ou seja, o principal ataque que tem sido feito ao Governo é que ele está a cumprir o que prometeu aos portugueses na campanha eleitoral e está também a cumprir aquilo com que se comprometeu democraticamente ao apresentar o seu programa na Assembleia da República.

Esta atitude do XXI Governo Constitucional contrasta aliás de forma marcante com a atitude do Governo PSD/PP que governou entre 2011 e 2015. Esse sim, iniciou a sua governação desfazendo, não aquilo que considerava errado no governo procedente, mas o próprio programa com que se tinha apresentado aos portugueses.

Quem não se lembra da campanha negando o corte de pensões e de salários ou o aumento de impostos e do contraste absoluto com que o governo Passos/Portas, por obsessão ideológica, fez exatamente o contrário assim que tomou posse?

E quem não se lembra, noutro plano, da suspensão brusca de agendas reconhecidas na sociedade civil como a agenda do Plano Tecnológico, incluindo o Simplex, as Novas Oportunidades, a Banda Larga e os Computadores nas Escolas e muitos outros programas de modernização.

Vivemos um tempo de realinhamento estratégico. O Governo tem um mandato claro e diferente. É com ele que tem que continuar a desfazer o que tem que ser desfeito e a fazer acontecerem novas políticas focadas nas pessoas e nos territórios, favorecendo o crescimento e a criação de emprego.