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Desenvolvimento do interior passa pela aposta no sector agrícola

Desenvolvimento do interior passa pela aposta no sector agrícola

Não haverá desenvolvimento dos territórios do interior e das zonas rurais se Portugal não voltar a apostar de forma sustentada numa agricultura competitiva e pujante, defendeu o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no distrito da Guarda, na abertura de um debate sobre o que “Fazer com o país das aldeias?”.

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35 milhões para mais 139 projetos de jovens agricultores

Afirmando não ter dúvidas de que o sector da agricultura, das florestas e do desenvolvimento rural está preparado para dar o “máximo contributo” no combate ao flagelo da desertificação, fenómeno que tem atingido sobretudo, como sublinhou, o interior do país, Capoulas Santos defendeu que esta cooperação só poderá contudo obter sucesso se o Governo e os privados forem capazes de “estimular a fixação de jovens qualificados e empreendedores no interior”. O ministro garantiu que o Governo, pela sua parte, está já a avançar com a criação de um banco de terras com o património do Estado para arrendamento, dando prioridade, como realçou, “a jovens agricultores, admitindo a posterior venda”.

Para Capoulas Santos existe um conjunto de atividades “tão conexas” com a agricultura, como oficinas que reparam as máquinas, as lojas que vendem fatores de produção ou gabinetes que têm que fazer as contabilidades, por exemplo, que, se a agricultura desaparecesse, “desapareceriam com ela essas atividades” e os seus postos de trabalho.

Recordando que a agricultura portuguesa tem vindo a dar um excelente exemplo nas três décadas de integração europeia, tendo passado de um patamar de sobrevivência familiar para uma fase em que “consegue competir em muitas áreas do sector com os seus parceiros europeus”, Capoulas Santos considerou este feito como um “gigante milagre” protagonizado pelos agricultores portugueses.

Leite e carne de porco com nova linha de crédito

O ministro da Agricultura aproveitou a ocasião para anunciar que o Governo vai abrir uma linha de crédito, “não inferior a 20 milhões de euros”, para acudir a situações de tesouraria dos produtores de leite e de carne suína, uma medida que, segundo o governante, visa uma ajuda imediata para “viabilizar os dois setores”, garantindo que o Ministério da Agricultura não está de braços cruzados e continua à procurar de outras soluções, quer no plano Europeu, quer a nível nacional.

Capoulas Santos lamentou, contudo, que as decisões importantes a nível europeu tenham sido adiadas para o próximo mês de junho, recordando que outras medidas foram entretanto já tomadas, dando o exemplo da decisão de atribuir financiamento para retirar “alguns milhões de litros de leite do mercado”, custeando a recolha de leite e de manteiga, tendo ainda a União Europeia manifestado disponibilidade para ajudar os suinicultores a “retirarem do mercado carne através da armazenagem privada”.

Da parte do Governo, sublinhou o titular da pasta da Agricultura, a par da linha de crédito, foi ainda decidido que até ao final do ano será “reduzida a comparticipação da Segurança Social em 50%” para os produtores de leite e de carne suína.