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Descarbonizar a economia é também descarbonizar o processo político

Descarbonizar a economia é também descarbonizar o processo político

O deputado do PS Ricardo Pinheiro elogiou hoje, no Parlamento, a ação “extraordinária” do Governo na área ambiental durante a pandemia, que apostou num plano para a descarbonização e defendeu a utilização de tecnologia nacional neste objetivo da neutralidade carbónica.

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Descarbonizar a economia é também descarbonizar o processo político

“Áreas estratégicas do funcionamento do país, como o abastecimento de água em alta, o tratamento de águas residuais, o tratamento de resíduos ou o tratamento de transportes públicos, depois de um momento tão difícil como aquele que vivemos nos últimos três meses, foram garantidas por um trabalho absolutamente extraordinário da equipa do Ministério do Ambiente”, congratulou-se o socialista durante o debate de urgência requerido pelo Bloco de Esquerda sobre justiça climática e saída para as crises.

“O Ministério do Ambiente desenvolveu um plano estratégico de energia e clima, o Roteiro Nacional para a Descarbonização”, que constitui um conjunto de “documentos fundamentais com rigor científico que clarificam a forma como deve acontecer a neutralidade carbónica”, sublinhou.

Para o coordenador do Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, “faz todo o sentido um plano onde o investimento em conhecimento científico nas áreas da bio economia permita criar uma nova cadeia de valor, desde a investigação dos materiais ao desenho de novos produtos”. E defendeu que se deve privilegiar a “utilização da tecnologia nacional no processo de descarbonização dos diferentes setores”.

Ricardo Pinheiro deixou depois um aviso: “Hoje é dia mundial do ambiente e não basta introduzir na demonstração de resultados das organizações um valor afeto à proteção ambiental e fazê-lo relacionar com o resultado operacional no final de cada ano. Foi manifestamente pouco, é manifestamente pouco para o exercício de proteção do planeta”.

“O momento atual exige que as instituições que tenham responsabilidade política em matéria de proteção ambiental utilizem os mecanismos legais no sentido de continuarem a incentivar modelos que assentem na criação de valor, mas ao mesmo tempo na proteção do ambiente e da biodiversidade”, alertou.

PS focado na proteção do ambiente

Ricardo Pinheiro recordou que o Grupo Parlamentar do PS “tem trabalhado num projeto de lei de bases do clima”, destacando o foco “em questões fundamentais como o efeito das alterações climáticas na saúde humana, uma nova estrutura de custos e benefícios nos contextos empresariais, sempre que se descarboniza a economia perceber como fazemos a regulação do mercado, e perceber como correlacionamos as zonas mais massificadas e desenvolvidas do território nacional com os territórios de baixa densidade que geram um equilíbrio tremendo para o cumprimento das metas do país à escala internacional”.

Ainda esta semana o GPPS produziu uma iniciativa legislativa onde aborda o rio “Tejo, a qualidade do ar em Portugal, os parâmetros de controlo de qualidade do funcionamento dos aterros em Portugal, ou projetos como a certificação de origem da biomassa nas centrais” utilizadas no país.

Os socialistas deram também entrada a um projeto de resolução para o Estado incentivar o uso das bicicletas. “Os benefícios socioeconómicos anuais na utilização da bicicleta na União Europeia são de aproximadamente 150 mil milhões de euros, perto de 1% do Produto Interno Bruto”, revelou. O Grupo Parlamentar do PS tem consciência que “descarbonizar a economia é também descarbonizar o processo político”.

É lamentável que direita tente passar imagem de que está preocupada com ambiente

Também o vice-presidente da bancada socialista Hugo Pires elogiou o Executivo: “Portugal foi o primeiro país a assumir o compromisso da neutralidade carbónica em 2050, e foi este Governo que assumiu e demonstrou a ambição de reduzir para mais de metade essas emissões já para o ano de 2030”.

“Mas foi sobretudo este Governo, no ano passado, que conseguiu crescer acima da média europeia e conseguiu, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de carbono”, fazendo a economia crescer. Para Hugo Pires, “isto é sinal de que conseguimos pôr a economia a crescer, conseguimos criar riqueza e conseguimos caminhar para a neutralidade carbónica”.

E dirigindo-se a todas as bancadas, declarou que “o Partido Socialista e o Governo do Partido Socialista não recebem lições de ninguém relativamente a matéria de combate às alterações climáticas”.

O parlamentar centrou-se depois no “esforço que a direita, nomeadamente o PSD e o CDS, têm feito para tentarem vestir o fato dos partidos preocupados com o desenvolvimento sustentável”. Ora, trata-se dos partidos que, quando formaram Governo, puseram “na gaveta o projeto de mobilidade elétrica para o país”, recordou.

Usando da ironia, Hugo Pires falou nos discursos “demasiado fofinhos” destes partidos no debate de hoje, que chegam até a baralhar os portugueses sobre qual foi a sua posição, por exemplo, relativamente aos passes únicos nos transportes públicos. O socialista respondeu: “Votaram contra uma medida estrutural que contribui para a redução de emissões de gases de carbono”.