Défice ficará abaixo de 1,4% em 2017
O primeiro-ministro falava ontem na residência oficial em São Bento, numa audiência que concedeu ao Conselho da Diáspora Portuguesa, liderado pelo empresário Filipe de Botton, que antes já tinha manifestado a António Costa a sua satisfação por verificar que Portugal está hoje melhor e “muito diferente em comparação com 2013”.
Corroborando a tese defendida pelo empresário, o primeiro-ministro fez contudo questão de salientar que o êxito obtido nestes dois anos de Governo do PS, não só a nível económico, mas também com os avanços claros conseguidos na qualidade de vida dos portugueses, só foram conseguidos e possíveis de alcançar, como realçou, “graças ao trabalho e ao esforço dos portugueses”, algo que na sua perspetiva terá de ter continuidade para que possam existir “novas mudanças”, também elas sustentáveis.
Baixar o défice e a dívida
O primeiro-ministro, depois de lembrar um conjunto de êxitos que o país alcançou nestes dois últimos anos, com destaque para o facto de a União Europeia ter tirado Portugal do Procedimento por Défice Excessivo, de duas das três mais importantes agências de ‘rating’ terem tirado o país do nível de lixo, abrindo assim as portas a “melhores condições de financiamento” da economia portuguesa por parte dos mercados, fez ainda questão de recordar que o “investimento privado bateu recordes”, o desemprego continua a descer e o défice das contas públicas “será este ano mais baixo do que o valor inicialmente estimado pelo Governo”, que era, como recordou, de 1,5%, tudo apontando, como garantiu, que o “défice vá ficar este ano de 2017 abaixo dos 1,4%”. António Costa mostrou ainda confiança que no final deste ano, o valor da dívida portuguesa “seja inferior às projeções iniciais”.
Para além das boas notícias que Portugal recebeu dos vários organismos internacionais demonstrando confiança no presente e no futuro da economia portuguesa, António Costa referiu-se ainda aos passos positivos que o país conseguiu dar na área das políticas sociais, citando a propósito, os dados do Observatório da Emigração, onde se afirma que em 2016 “saíram menos portugueses do país” do que nos anos imediatamente anteriores, manifestando o primeiro-ministro a convicção de que, no final de 2017, as estatísticas “voltarão a confirmar esta tendência”. Uma certeza que para António Costa terá de ser contudo alicerçada em “empregos devidamente qualificados”.
Mas como o caminho se faz caminhando, o primeiro-ministro, depois de elogiar a “importância da ação das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”, e de advogar a necessidade de Portugal “reforçar a sua capacidade de internacionalização”, teve ainda oportunidade para elencar os desafios que em sua opinião o país tem de enfrentar e de vencer a médio prazo, apontando para a necessidade de se concretizarem reformas estruturais, designadamente na floresta e na área das qualificações.
O Conselho da Diáspora Portuguesa, presidido por Filipe Botton, é constituído por 96 conselheiros, dos quais 24 sócios-fundadores, estando presente em 26 países e em cinco diferentes continentes. Trata-se de um organismo que tem uma forte componente económica, já que 58% dos seus elementos exercem atividade profissional nesta área, seguindo-se a ciência com 21% e a cultura com 14%.