Defender o aperfeiçoamento do projeto europeu
“Muitas desilusões, desconfianças e afastamentos decorrem de não haver suficiente União Europeia”, de esta “não dispor dos mecanismos adequados para salvaguardar os mais desprovidos em situações de crise”, e de “quebras de solidariedade entre os Estados-membros”, alertou o parlamentar do PS. Por isso, Vitalino Canas defende que o Livro Branco da Comissão Europeia para o futuro da União Europeia (UE) “tem de responder a essas insuficiências”.
No entanto, se os fundadores da UE “pudessem regressar por um dia, ficariam seguramente surpreendidos com o sucesso da obra que iniciaram”, afirmou o deputado, uma vez que esse sucesso pode ser medido através da “inédita duração da paz na Europa, da robustez das práticas democráticas e do respeito pelos direitos fundamentais”.
Por outro lado, apontou, “o sucesso mede-se também pelo rancor de quem procura atemorizar-nos e derrotar os nossos valores”, ou seja, “os terroristas atacam cidadãos inocentes nas capitais europeias porque odeiam o que a Europa é”.
Vitalino Canas sublinhou que o projeto europeu depende totalmente dos cidadãos: “Existe União Europeia porque os cidadãos europeus a reafirmam periodicamente”. Quanto aos movimentos hostis à UE que vão surgindo, “cada ato eleitoral em que essas dinâmicas e esses movimentos são derrotados reforça o projeto europeu”, frisou.
“Nesta evocação histórica dos 60 anos dos tratados, mais de metade dos quais com Portugal no centro da construção europeia, e das mulheres e dos homens que os imaginaram, a melhor homenagem é recusar a absorção do discurso dos seus detratores e assumir o compromisso da renovação e do aperfeiçoamento do projeto que nos foi legado”, asseverou.