Defender, dinamizar e desafiar
“Não é fácil aceitar que o salário de uns seja pouco superior a 500 euros e o de outros superior a 50 mil euros. Não é fácil aceitar que uma elite avolume fortunas imorais em paraísos fiscais quando o cidadão comum mal consegue pagar as despesas do dia-a-dia”, exemplificou. João Torres criticou o “galopante crescimento das desigualdades” considerando não ser “fácil compreender que uns fiquem cada vez mais pobres e outros cada vez mais ricos”.
“Para devolver credibilidade à política, urge apontar o caminho para um novo ideal de justiça, não na forma como os sacrifícios são pedidos, mas na forma como a riqueza é repartida. Os portugueses podem, hoje, encontrar no Governo do seu país uma inquestionável vontade de corrigir as desigualdades, de devolver esperança a um povo ferido, de recuperar para a Europa o sentido solidário de outros tempos”, destacou.
Num discurso que caracterizou como de “uma geração que não viveu o combate à ditadura”, João Torres argumentou que é importante “defender a nossa história, a nossa cultura, a língua, o território, o capital humano e aqueles que têm menos recursos. Dinamizar a economia, as instituições, os movimentos sociais. E desafiar os preconceitos, o conservadorismo, a cartilha neoliberal, desafiar os cidadãos a ser mais participativos”.