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Decisão do Reino Unido é oportunidade para refletir e construir uma melhor Europa

Decisão do Reino Unido é oportunidade para refletir e construir uma melhor Europa

Hoje é um dia triste para a Europa, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, em reação à decisão da Grã-Bretanha de sair da União Europeia, garantindo que tudo fará para assegurar, quer os direitos da comunidade portuguesa que vive no Reino Unido, quer os dos cidadãos britânicos que escolheram Portugal para viver, investir ou visitar.

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Decisão do Reino Unido é oportunidade para refletir e construir uma melhor Europa

Depois de recordar que a aliança entre Portugal e o Reino Unido “é a mais antiga do mundo”, aliança que segundo o primeiro-ministro, não deixará de prosseguir “muito para além daquilo que representará a saída do Reino Unido da União Europeia”, António Costa alertou Bruxelas de que deve retirar deste acontecimento as ilações necessárias para que os 27 países da UE reflitam sobre o que significam estes resultados e encontre as respostas “que todos temos de dar” para responder aos anseios dos cidadãos europeus.

Sobre a eventualidade do ‘Brexit’ poder ter aberto uma “caixa de pandora” e levar outros países da União Europeia a seguir o exemplo do Reino Unido, o primeiro-ministro mostrou-se confiante de que tal não venha a suceder, considerando ser este o momento para as instâncias comunitárias “darem um sinal muito claro” aos cidadãos europeus, que o caminho não passa pela desintegração, sustentando que a questão não é “termos mais ou menos Europa, mas termos melhor Europa”.

Projeto europeu mantém-se

Recordando que Portugal tem uma comunidade “muito forte” no Reino Unido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reiterou que o Governo não deixará de proteger os interesses da vasta comunidade portuguesa que vive na Grã-Bretanha, não deixando contudo de lamentar “profundamente” a decisão dos britânicos de sairem da União Europeia.

Para Santos Silva, a União Europeia “tem de saber seguir em frente”, realçando que este “triste episódio” não irá pôr em causa o projeto europeu, lembrando que o Governo português desde o início que mostrou o seu desejo de que o Reino Unido permanecesse na União Europeia.

A Europa é o futuro comum

Também a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, reagiu à escolha do povo britânico de abandonar a União Europeia, defendendo que a Europa agora a 27 deve concentrar-se no “objetivo duplo” de manter a “vitalidade do projeto europeu” e estabelecer uma parceria estratégica com o Reino Unido.

Sobre a eventualidade de outros países virem a seguir o exemplo da Grã-Bretanha, Margarida Marques frisou que, até ao momento, não viu “nenhum outro governo europeu” a propor a realização de referendos, apontando que agora o que está em causa é que o Reino Unido acelere a sua saída, de modo a “não prolongar uma situação de indefinição”, cenário que, segundo a governante, teria consequências nos mercados financeiros.

Margarida Marques defendeu ainda que se deve apostar cada vez mais e com mais urgência no aprofundamento do “debate europeu”, no pressuposto de que a “Europa é o futuro comum”, advogando a necessidade “quanto antes”, de começar a negociar com Londres a futura relação entre as partes, que deverá passar “por uma parceria estratégica”.